
A população chinesa, que até o ano passado era a maior do mundo, caiu pelo segundo ano seguido. Em 2023, a China contabilizou 2,75 milhões habitantes a menos, segundo dados divulgados nesta quarta-feira (17) pelo governo do país.
Atualmente, a China tem aproximadamente 1,4 bilhão de habitantes. O principal motivo pela nova redução é a queda na taxa de natalidade. Mortes provocadas pela Covid-19 também contribuíram para o saldo negativo.
Entre 2022 e 2023, a taxa de óbitos na nação passou de 7,37 para 7,87 a cada mil habitantes. Este é o maior índice desde 1974, quando Mao Tsé-Tung ainda presidia o Comitê Central do Partido Comunista.
Projeções realizadas pela Organização das Nações Unidas (ONU) indicaram no final de abril do ano passado que, com 1,428 bilhão de indivíduos, a população da Índia ultrapassou a da China, que tinha 1,425 bilhão de indivíduos na época.
Com a diminuição contínua da população chinesa, questões relacionadas à economia, mercado de trabalho, seguridade social e até mesmo questões geopolíticas podem ser impactadas a longo prazo. A queda na taxa de natalidade também levanta preocupações sobre o envelhecimento da população e a sustentabilidade do sistema de previdência social no país.
A Covid-19, além de ter contribuído para o aumento da taxa de óbitos, também teve impactos indiretos na decisão de casais de terem filhos, levando a uma diminuição na taxa de natalidade. Além disso, as medidas de isolamento social e as incertezas econômicas causadas pela pandemia também podem ter influenciado as decisões familiares relacionadas à procriação.
A ultrapassagem da Índia em relação à China em termos de população também é um marco importante e reflete as tendências demográficas em ambos os países. Enquanto a Índia continua a crescer, a China enfrenta desafios para reverter a queda em sua população e promover políticas que incentivem o aumento da taxa de natalidade sem comprometer a estabilidade econômica.
O aumento da taxa de óbitos e a redução da população chinesa representam um desafio para o governo e requerem medidas eficazes para garantir o equilíbrio demográfico e o desenvolvimento sustentável do país nos próximos anos.