
Com mangueira em punho e chapéu de boiadeiro, o capataz Divino Bispo Santiago, conhecido como Careca, enfrenta o fogo que consome a Fazenda São Bento, localizada a cerca de 6 quilômetros do rio Paraguai. Trabalhando na fazenda há seis meses, Careca se une aos bombeiros e membros da Força Nacional de Segurança para tentar conter as chamas que consomem o arbusto fibroso e o solo riquíssimo em matéria orgânica da região.
Careca afirma: “O Pantanal já acabou. Vai ser uma crise muito grande com essa falta de peixes e do turismo de pesca, que é a base da região. Vai ter muita gente desempregada. Nossos filhos e netos nunca vão conhecer o Pantanal como nós conhecemos”.
Enquanto isso, o sargento Igor Vinicius Santos, vindo de Brasília para atuar em Corumbá, coordena a equipe no combate ao incêndio, direcionando as chamas em direção ao rio Paraguai para extinguir o fogo. Na região do Nabileque, o fazendeiro Carlos Davalo e seus funcionários também lutam para conter as chamas que ameaçam sua propriedade.
Após 12 horas de enfrentamento, os profissionais conseguem conter o fogo em um ponto, apenas para ver um novo foco surgir logo em seguida. Assim, em 2024, o Pantanal segue entre batalhas inglórias e reduções de danos, mostrando que a terra das águas se torna cada dia mais a terra do fogo.