Governo Nicarágua expulsa embaixador brasileiro após ausência em cerimônia, resultando em reciprocidade e expulsão de embaixadora nicaraguense. Lula tentou intermediar caso de bispo preso.

Em resposta à expulsão de Breno Dias da Costa, o Ministério das Relações Exteriores do Brasil optou por expulsar a chefe da Embaixada da Nicarágua no Brasil, Fulvia Patricia Castro Matus. A justificativa do Itamaraty foi o princípio da reciprocidade, aplicando a mesma regra que foi utilizada pela Nicarágua. A situação foi confirmada pela assessoria de imprensa do Itamaraty, que informou que o embaixador brasileiro deverá deixar a Nicarágua ainda nesta quinta-feira.
Essa troca de expulsões não indica um rompimento nas relações diplomáticas entre os dois países, segundo o Ministério das Relações Exteriores. Todos os serviços consulares oferecidos à comunidade brasileira na Nicarágua serão mantidos, com aproximadamente 180 nacionais vivendo no país centro-americano.
O gesto de expulsar embaixadores é, na prática, uma forma de reduzir o nível de representação de um país no outro. No contexto das relações internacionais, essa ação costuma refletir insatisfação e descontentamento entre as nações envolvidas.
Além disso, as tensões entre Brasil e Nicarágua têm uma longa história, com destaque para a tentativa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva de mediar a libertação de um bispo detido pelas autoridades nicaraguenses. Esse episódio, somado às críticas internacionais sobre questões de direitos humanos no país, contribuem para um cenário de desgaste na relação bilateral.
Com organizações de direitos humanos e países como os Estados Unidos condenando a postura do governo Ortega em relação às liberdades individuais e à oposição política, a Nicarágua enfrenta um isolamento internacional que se reflete em sanções econômicas impostas, buscando pressionar o regime a mudar suas práticas autoritárias.