
Serial Killer dos Plantões: A História de uma Jornalista Sensível
O jornalismo é uma profissão que nos coloca em contato com os mais diversos aspectos da vida, incluindo a inevitabilidade da morte. No entanto, para uma jornalista em particular, essa relação com o fim da vida tomou uma dimensão peculiar.
Sob a alcunha de “Serial Killer dos Plantões”, essa repórter se viu encarregada de cobrir as notícias mais sombrias e os eventos mais trágicos, sempre com uma sensibilidade aguçada para as histórias por trás das vítimas. Seja na política, no esporte ou na cultura, ela não hesitava em investigar os detalhes que compunham a vida daqueles que haviam partido.
No entanto, tudo mudou quando seu chefe decidiu relegá-la a uma nova função: a de cuidar dos “jacarés”, termo utilizado para designar os obituários dos que estavam prestes a partir para a eternidade. De repente, a repórter que cobria tragédias se viu responsável por dar vida às memórias daqueles que haviam falecido.
Ao se deparar com a tarefa de escrever sobre figuras ilustres como Pelé, Lygia Fagundes Telles, Anthony Bourdain e outros, a jornalista viu sua habilidade de prolongar a existência de seus “jacarés” surpreender até os mais céticos. Cauby Peixoto ganhou 13 anos a mais em seu obituário, transformando a escrita em uma espécie de dança da vida e da morte.
No entanto, ao se afastar das redações, ela não pôde evitar um sentimento de pesar por aqueles que não teve a chance de “salvar” em suas páginas. Ícones da cultura e do esporte que se foram sem a intervenção de sua caneta singular, como Palmirinha e Paulo Mendes da Rocha.
Hoje, mesmo longe das redações, a jornalista se alegra ao lembrar que alguns de seus “jacarés” ainda permanecem vivos e bem, arquivados em suas gavetas digitais. E caso alguém os apague do sistema, ela faz questão de ressaltar: sua inocência está além da vida e da morte.
LINK PRESENTE: Gostou deste texto? Assinante pode liberar sete acessos gratuitos de qualquer link por dia. Basta clicar no F azul abaixo.