
Os manifestantes fecharam o acesso com pedras e terra. Em Parotani, um dos pontos da via que leva a La Paz, houve confrontos com a polícia, que usou gás lacrimogêneo, segundo imagens divulgadas pelos organizadores da manifestação.
À frente dos bloqueios está o Pacto de Unidade, uma aliança de organizações ligadas ao ex-mandatário de 64 anos, movimento que se mobilizou “para proteger a liberdade, integridade e [evitar] o sequestro” de Morales, conforme anunciado em manifesto.
Morales, o primeiro indígena a governar a Bolívia, entre 2006 e 2019, está sendo investigado pelos crimes de “estupro, tráfico e exploração de pessoas”.
O ex-presidente não compareceu na quinta-feira a uma convocação do Ministério Público (MP) do departamento de Tarija para prestar depoimento, e sua ausência pode lhe render uma ordem de prisão.
Transformado no maior opositor do governo de seu ex-ministro Luis Arce, Morales classifica o caso como “mais uma mentira” que já foi investigada e arquivada pela Justiça em 2020, sem que, segundo ele próprio, nada tenha sido encontrado.
– ‘Governo traidor’ –
O suposto abuso remonta ao período em que o líder cocaleiro era presidente, em 2015. Morales se envolveu com uma menor de 15 anos, com quem teve uma filha em 2016, segundo a denúncia que está sendo investigada pelo MP.