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Para promover a preservação ambiental e apoiar produtores rurais, é vital aplicar sanções rígidas ao desmatamento no setor agropecuário.

A agropecuária foi um dos principais impulsionadores do crescimento econômico do Brasil no primeiro trimestre de 2023, contribuindo para um aumento de 1,9% no PIB. No entanto, é fundamental adotar medidas que tornem essa atividade mais sustentável e combatam práticas como o desmatamento ilegal, para garantir o desenvolvimento contínuo do setor e manter a competitividade do país no mercado global.

Essa foi uma das discussões realizadas durante o seminário Agronegócio Sustentável, promovido pela Folha com o apoio do Banco do Nordeste e da Agropalma, produtora de óleo de palma. O evento contou com a presença de especialistas e autoridades, que debateram os incentivos para a preservação ambiental no agronegócio.

O governador Eduardo Riedel, do Mato Grosso do Sul, destacou que o modelo de produção brasileiro já considera a sustentabilidade há pelo menos três décadas, graças aos balanços positivos de carbono e às tecnologias que reduzem as emissões de gases de efeito estufa. No entanto, ele ressaltou que é preciso combater práticas ilegais, como o desmatamento, que prejudicam a imagem do país internacionalmente.

Mauro Mendes, governador do Mato Grosso, defendeu a adoção de sanções mais rigorosas para os produtores que descumprirem a legislação ambiental. Para ele, punições mais severas podem inibir crimes ambientais e melhorar a imagem do Brasil perante outros países.

Durante o seminário, foram discutidas alternativas para combater o desmatamento ilegal e tornar o agronegócio mais sustentável. Uma das propostas é endurecer as leis e aplicar sanções mais severas, como a expropriação de propriedades, nos casos de desmatamento ilegal. Essa medida poderia garantir o cumprimento do Código Florestal e melhorar a imagem do Brasil perante a União Europeia, que aprovou uma norma proibindo a venda de produtos associados ao desmatamento nos países do bloco.

Giovana Araújo, sócia-líder de mercados para o agronegócio da consultoria KPMG, destacou que a conservação do meio ambiente é uma das principais preocupações das empresas do setor agroalimentar. Ela ressaltou que, em um contexto de demanda global por mais sustentabilidade, o agronegócio brasileiro deve assumir um papel de protagonismo, trazendo benefícios não apenas para o setor, mas também para a sociedade, os estados e outros países.

Outra medida discutida durante o evento foi a regulamentação fundiária, que permitiria identificar e monitorar as atividades nas propriedades rurais, além de garantir o apoio aos pequenos produtores. A regulamentação fundiária também facilitaria o acesso dos pequenos produtores a políticas públicas, como o crédito rural previsto no Plano Safra.

No entanto, o engenheiro agrícola Eduardo Assad alertou que é necessário abordar a sustentabilidade no agronegócio sob os pontos de vista econômico, social, ambiental e tecnológico. Ele destacou a importância da segurança alimentar e ressaltou que é preciso oferecer suporte aos pequenos produtores para que eles possam acessar as políticas públicas disponíveis.

Portanto, é fundamental adotar medidas que tornem o agronegócio brasileiro mais sustentável, combatendo o desmatamento ilegal e garantindo o cumprimento das leis ambientais. Além disso, é necessário proporcionar apoio aos pequenos produtores e promover a segurança alimentar. Dessa forma, o setor agropecuário poderá continuar impulsionando o crescimento econômico do país e mantendo a competitividade no mercado global.

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