
Amor, ciúmes e feminicídio: São Paulo Companhia de Dança estreia temporada
A São Paulo Companhia de Dança iniciou sua temporada no teatro Sérgio Cardoso, em São Paulo, com a proposta de “Tornar Visível o Invisível”. Esta temporada promete abordar temas intensos como amor, ciúmes, feminicídio, refugiados e a perda de memória.
Na primeira semana, a companhia apresentou a peça “Odisseia”, criada por Jöelle Bouvier, que retrata a travessia marítima de imigrantes, seguida pela obra “Yoin”, de Jomar Mesquita, que explora a memória sensorial e o que resta após o cessar do estímulo.
A coreografia de “Yoin” parte do significado da palavra japonesa homônima, que representa a sensação que permanece após o estímulo ter passado. Mesquita utiliza essa ideia para explorar sensações mínimas e as transformações corporais e de vida.
Os trajes criados por Maria Agustina Comas Oyenard utilizam a técnica de “upcycling”, enquanto a trilha sonora inclui canções da MPB interpretadas por artistas como Arnaldo Antunes, Elza Soares e Maria Bethânia.
Já na segunda semana, a companhia aborda a questão da violência contra a mulher com as coreografias de “Petrushka”, de Michel Fokine, e “Memórias em Conta Gotas”, de Lili de Grammont, que traz uma abordagem mais intensa sobre o tema do feminicídio.
“Memórias em Conta Gotas” é uma obra que reflete a experiência pessoal da coreógrafa Lili de Grammont, filha de uma vítima de feminicídio. Ela busca repaginar memórias tristes em algo poético, mostrando a complexidade dos sentimentos de quem enfrenta essa realidade.
Com uma temporada repleta de emoções e reflexões, a São Paulo Companhia de Dança promete provocar o público e gerar debates sobre temas relevantes da atualidade.