Ex-policial nega fornecimento de arma no caso Marielle Franco em depoimento no STF e afirma não ter envolvimento com milícias

Robson, que também é ex-assessor do conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro, Domingos Brazão, refutou as alegações feitas pelo ex-policial Ronnie Lessa, que confessou ser o autor dos disparos contra a vereadora. Lessa afirmou que a arma do crime foi entregue por Calixto.
Durante o depoimento, Calixto reforçou a sua inocência e questionou a lógica de alguém com o histórico de Lessa precisar dele para obter uma arma. Ele enfatizou que nunca se encontrou com o ex-policial e que jamais participaria de um crime tão grave.
Além disso, o ex-policial negou envolvimento com milícias e grilagem de terras na zona oeste do Rio de Janeiro, enfatizando que sempre foi um trabalhador e que não possui ligação com atividades criminosas.
O depoimento de Robson Calixto foi interrompido no início da noite e será retomado na próxima terça-feira (29), sob a supervisão do desembargador Airton Vieira, auxiliar do ministro Alexandre de Moraes, relator do caso.
Além de Calixto, outras cinco pessoas também são réus no processo relacionado ao assassinato de Marielle Franco, incluindo os irmãos Chiquinho Brazão e Domingos Brazão, o ex-chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro Rivaldo Barbosa e o major da Polícia Militar Ronald Paulo de Alves Pereira. Todos estão detidos por determinação de Moraes.
A investigação da Polícia Federal aponta que o homicídio de Marielle está ligado às divergências políticas da vereadora com o grupo liderado pelos irmãos Brazão, que têm interesses em questões fundiárias controladas por milícias na região do Rio de Janeiro.