Perdas no setor farmacêutico devido à paralisação na Anvisa

Recentemente, o sindicato que representa despachantes aduaneiros calculou um prejuízo de R$ 3,3 bilhões devido à operação-padrão da Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Agora, é a vez da associação que representa laboratórios farmacêuticos nacionais apontar perdas de R$ 18 bilhões devido aos registros parados na Anvisa.

O Grupo FarmaBrasil, que reúne 12 laboratórios farmacêuticos nacionais, realizou um levantamento e constatou que esse montante representa o valor de investimentos represados devido ao atraso na análise de novos medicamentos e insumos.

De acordo com a entidade, fabricantes estão interrompendo a produção por conta da matéria-prima retida em portos e aeroportos, o que pode acarretar em um risco de desabastecimento de medicamentos essenciais para pacientes com uso crônico.

O Grupo FarmaBrasil identificou um atraso de 15 dias nas aprovações de 30% das anuências de importação, em comparação ao prazo de um dia que era estabelecido anteriormente. A entidade também apontou que sete grandes áreas da Anvisa não estão mais agendando audiências e aproximadamente mil petições estão sendo afetadas pelo atraso nas análises.

O presidente do Grupo FarmaBrasil, Reginaldo Arcuri, alerta para a gravidade da situação, mencionando que o desabastecimento pode impactar o Farmácia Popular, onde produtos acabados e insumos essenciais estão retidos há mais de 45 dias. Medicamentos utilizados para problemas cardíacos e anticoncepcionais estão entre os mais afetados.

Diante desse cenário, Arcuri destaca que há um sério risco de não haver disponibilidade desses medicamentos para quem mais necessita, o que configura um problema de saúde pública preocupante.

É fundamental que as autoridades competentes ajam rapidamente para solucionar essa situação e evitar consequências graves para a saúde da população.