No primeiro semestre, foram registradas 558 greves, revelando a insatisfação dos trabalhadores com as condições laborais.

Ao todo, foram acompanhadas 166 greves pelo Dieese, e 108 delas (65,1%) tiveram resultados positivos para os trabalhadores. Em 78 greves (47%), as reivindicações foram atendidas parcialmente pelos empregadores, enquanto em 30 delas (18,1%) houve um retorno integral. No entanto, em 27 greves (16,3%) os trabalhadores ficaram frustrados, já que seus patrões rejeitaram as propostas apresentadas. Além disso, em 51 casos (30,7%), as negociações continuaram em mesas de negociação.
Segundo o relatório, a grande maioria das greves (79,9%) foi organizada com o objetivo de garantir melhores condições de trabalho, saúde e segurança, bem como para exigir o cumprimento dos direitos estabelecidos em acordos coletivos, convenções coletivas ou legislação. As principais demandas estavam relacionadas a salário, como reajuste (41,6%) e pagamento do piso (32,8%). Outras greves se referiam a melhorias nas condições de trabalho (21,5%), regularização de salários atrasados (20,1%), auxílio-alimentação (18,3%) e insatisfação com planos de cargos e salários (15,9%).
Em relação à natureza das greves, foram contabilizadas 276 greves de advertência (49,5%), também conhecidas como paralisações, e 273 greves (48,9%) por tempo indeterminado. Não há informações detalhadas sobre nove greves em relação a esse critério de classificação.
Outro aspecto apontado pelo relatório é o protagonismo dos servidores públicos, que representaram 58% do total de greves e foram responsáveis por 65% das horas paradas. Os profissionais das redes públicas de ensino foram responsáveis por quase três quartos das mobilizações.
Esses números refletem a insatisfação dos trabalhadores brasileiros em relação às suas condições de trabalho e à falta de cumprimento dos direitos trabalhistas. As greves têm sido uma ferramenta importante para que os trabalhadores possam reivindicar melhorias e pressionar os empregadores a atenderem suas demandas. A vitória da classe trabalhadora em quase dois terços das mobilizações é um sinal de que os trabalhadores estão se unindo e lutando pelos seus direitos.