Procurador acusa parcialidade na atuação policial, alegando seletividade na condução de investigações e prisões. Insight revelador e preocupante.

O coordenador do grupo enfatizou que o objetivo do GT é identificar e propor medidas para eliminar práticas discriminatórias dentro das forças de segurança federais, além de promover o debate público sobre esse tema em instituições policiais. Segundo ele, as instituições reconhecem a existência do problema e é inaceitável tratar as pessoas de maneira diferente com base em sua cor, etnia ou gênero.
Leivas ressaltou a importância de promover a participação de pessoas negras e mulheres em todos os níveis de carreira dentro das instituições policiais, já que ainda há uma predominância de homens brancos em cargos de chefia.
Uma pesquisa intitulada Perfil Racial dos Sistemas Prisionais e da Segurança Pública revelou que, em dezembro de 2021, 66,3% dos servidores em cargos de chefia na Polícia Federal eram brancos, enquanto apenas 27,1% eram negros. A coordenadora do estudo, Jacqueline Sinhoreto, destacou que há uma clara disparidade na ascensão a cargos de chefia, evidenciando o chamado “branqueamento da chefia”.
A diretora de Ações Governamentais da Secretaria Executiva do Ministério da Igualdade Racial, Ana Míria Carinhanha, defendeu a importância do letramento racial na formação dos agentes de segurança. Ela questionou como está sendo feita a formação desses agentes, se o letramento racial está sendo abordado, se existem políticas afirmativas e se há um plano de carreira que promova a inclusão de pessoas negras em posições de liderança.
A reportagem entrou em contato com a Superintendência da Polícia Federal no Rio de Janeiro para obter um posicionamento sobre o recorte de gênero nos cargos de chefia, porém aguarda resposta.
A luta contra o racismo estrutural e institucional na atividade policial é fundamental para promover uma sociedade mais igualitária e justa. O reconhecimento dessas questões e a busca por soluções efetivas são passos importantes nesse processo.