Crises cardíacas lotam pronto-socorros do SUS, com mais de 640 mil internações em 2023, alerta Associação de Medicina de Emergência

A entidade realizou um levantamento dos principais problemas cardiovasculares registrados em hospitais públicos do Brasil, evidenciando a prevalência de doenças como a doença reumática crônica do coração, infarto agudo do miocárdio, doenças isquêmicas do coração, transtornos de condução e arritmias cardíacas, e insuficiência cardíaca.
Diante desse cenário preocupante, a Abramede destaca a importância de fortalecer a infraestrutura hospitalar e capacitar equipes de emergência para lidar com o crescente volume e a complexidade dos casos. Durante o 9º Congresso Brasileiro de Medicina de Emergência, que reúne cerca de 1,6 mil especialistas esta semana, o tema será amplamente discutido.
A pressão sobre o SUS é evidente, com a região Sudeste concentrando o maior número absoluto de internações por doenças cardíacas, totalizando mais de 241 mil atendimentos. Estados como São Paulo e Minas Gerais lideraram o ranking, com 120.142 e 80.191 casos, respectivamente. No Nordeste, a situação também é preocupante, com estados como Ceará e Pernambuco registrando mais de 90% das internações por doenças cardíacas.
O estado de Mato Grosso do Sul apresenta um cenário crítico, com 97% das internações por doenças cardíacas sendo de urgência, representando o maior percentual do país. O perfil dos pacientes internados em caráter de urgência mostra que homens representam 57% dos casos, enquanto mulheres correspondem a 43%. Além disso, os dados revelam que o risco de doenças cardíacas aumenta significantemente com o avanço da idade.
A Abramede alerta ainda para a ocorrência de casos em adultos jovens, que muitas vezes estão expostos a hábitos de vida prejudiciais à saúde cardiovascular. A prevenção e o diagnóstico precoce são fundamentais para combater as doenças cardíacas e reduzir a pressão sobre os serviços de emergência do SUS.