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Aumento de quase 50 mil casos de agressões contra idosos em 2023, aponta pesquisa na perspectiva bioética.

No ano de 2023, o número de casos de agressões contra idosos aumentou em quase 50 mil em comparação com o ano anterior, totalizando 408.395 mil denúncias notificadas. Os dados fazem parte de uma pesquisa realizada com base no Painel de Dados da Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos do Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania, analisando casos suspeitos ou confirmados contra pessoas com 60 anos ou mais.

Segundo as professoras Alessandra Camacho, da Escola de Enfermagem da Universidade Federal Fluminense (UFF), e Célia Caldas, da Faculdade de Enfermagem da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), o aumento repentino de casos em 2023 foi uma surpresa, já que a expectativa era de uma redução. As denúncias vêm crescendo ao longo dos anos, inclusive durante a pandemia de covid-19, indicando que a violência contra os idosos é um problema persistente na sociedade.

A pesquisa também mostrou que a Região Sudeste foi a mais afetada, com 53% dos casos registrados de 2020 a 2023, seguida pela Região Nordeste com 19,9%. As mulheres representaram mais de 67% das denúncias notificadas, evidenciando a desigualdade de gênero agravada com o envelhecimento.

No que diz respeito a raça e cor, a população branca foi a mais atingida, seguida pelos pardos. A falta de informação e a vulnerabilidade dos idosos com idade avançada são fatores que contribuem para o aumento das agressões, especialmente contra as mulheres.

As medidas para combater a violência contra os idosos incluem a análise anual dos dados, a divulgação de canais de denúncia eficazes, como o Disque 100, e o fortalecimento das políticas públicas direcionadas a essa população. A conscientização sobre o tema é fundamental, e a Organização Mundial da Saúde (OMS) designou o mês de junho como o mês da conscientização da violência contra a pessoa idosa.

Para disseminar informações sobre o tema, a Escola de Enfermagem da UFF e a Faculdade de Enfermagem da UERJ lançaram uma cartilha educativa sobre a violência contra os idosos, fornecendo dados importantes e orientações sobre como lidar com essa questão delicada. A coleta de dados para a pesquisa seguiu as diretrizes do Strengthening the Reporting of Observational Studies in Epidemiology (STROBE), visando uma análise precisa e embasada nos fatos.

Portanto, é essencial que a sociedade esteja atenta a essa problemática e busque meios de denunciar e combater a violência contra os idosos, garantindo assim o respeito e a proteção dessa parcela vulnerável da população.

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