Fundadores de empresa suspeita de pirâmide financeira serão ouvidos pela CPI na próxima semana.

De acordo com o deputado Caio Vianna (PSD-RJ), responsável por convocar o debate, a Atlas Quantum atraiu milhares de vítimas com a promessa de altos retornos através de um suposto robô de arbitragem. No entanto, as investigações revelaram que a empresa operava como uma pirâmide financeira, causando prejuízos de aproximadamente R$ 5 bilhões a R$ 7 bilhões para cerca de 200 mil pessoas no Brasil e em outros 50 países.
A Atlas Quantum foi fundada em 2018 e promovia a ideia de um robô de arbitragem chamado “Quantum”, que supostamente garantia lucros por meio da compra e venda automática de Bitcoin em diferentes corretoras. No entanto, essa promessa acabou se revelando falsa e enganosa.
Em 2019, a empresa passou a ser investigada pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM), que determinou a suspensão da oferta do seu produto. Com isso, a Atlas Quantum interrompeu os pagamentos aos investidores, resultando em diversos processos judiciais em todo o país.
Além dos fundadores da Atlas Quantum, a CPI também convidou alguns artistas que fizeram propaganda para a empresa, como Cauã Reymond, Tatá Werneck e Marcelo Tristão. Segundo o deputado Delegado Paulo Bilynskyj (PL-SP), as campanhas publicitárias estreladas por esses artistas tiveram o poder de influenciar e induzir milhares de pessoas a acreditarem na empresa.
A audiência foi realizada no plenário 9, a partir das 14h30. No dia seguinte, em 16 de agosto, a CPI ouviu os fundadores da MSK Operações e Investimentos, Gladson Tadeu Rosa e Carlos Eduardo de Lucas. Essa empresa é uma assessora de investimentos focada em ativos de alto risco, como criptomoedas. Segundo o deputado Luciano Vieira (PL-RJ), a MSK oferecia um retorno fixo de cerca de 5% ao mês, mas deixou de devolver o dinheiro aos investidores.
Em 2022, a empresa foi indiciada pela Polícia Civil de São Paulo por diversos crimes, como pirâmide financeira e publicidade falsa. Ainda não se sabe exatamente o tamanho da fraude, pois, de acordo com o deputado Luciano Vieira, existem indícios de que os proprietários da empresa possuíam valores que variam de US$ 1 milhão a US$ 1 bilhão.
A CPI das Pirâmides Financeiras foi instalada em junho e tem 120 dias para concluir os trabalhos, sendo possível prorrogar por mais 60 dias com o requerimento de 1/3 dos deputados. O objetivo da comissão é investigar esquemas de pirâmides financeiras utilizando criptomoedas. Segundo a CVM, ao todo, 11 empresas teriam realizado fraudes utilizando moeda digital, divulgando informações falsas e prometendo rentabilidade alta ou garantida para atrair as vítimas e sustentar o esquema de pirâmide.