
Com a ascensão meteórica de Pablo Marçal na corrida pela prefeitura de São Paulo, o cenário político brasileiro se vê diante de um desafio inédito. A expectativa de que os eventos ocorridos em 8 de janeiro serviriam como uma espécie de vacina contra a irracionalidade se mostrou equivocada. Ao contrário, a campanha do candidato controverso expõe uma face preocupante da realidade nacional.
As vacinas tradicionais têm o papel de imunizar contra os vírus conhecidos, porém a candidatura de Marçal parece representar uma nova cepa de boçalidade política, que desafia até mesmo o presidente Bolsonaro. Sua conexão com milícias digitais remuneradas, passado criminoso e associação com partidos controversos reforça a sensação de que o ambiente político está longe de encontrar um equilíbrio saudável.
A inesperada popularidade de Marçal coloca em xeque as estratégias habituais de campanha eleitoral. A resistência aos métodos convencionais de marketing político levanta questões sobre a eficácia de padrinhos influentes, evitação de debates públicos e propaganda na TV. A política paulistana se vê diante de um cenário inexplorado, onde a imunidade à velhas fórmulas é um desafio a ser superado.