
Essas munições de urânio empobrecido são feitas a partir de um subproduto do enriquecimento de urânio, que tem a maior parte do material radioativo removida. De acordo com a Agência Internacional de Energia Atômica, esse tipo de urânio é considerado “consideravelmente menos radioativo que o urânio natural” e não pode gerar uma reação nuclear.
Durante a noite, surgiram relatos de supostos ataques de drones ucranianos na cidade russa de Rostov-on-Don e perto de Moscou. Um vídeo não verificado mostrou uma explosão no centro de Rostov, onde uma pessoa ficou levemente ferida e vários carros foram danificados. O prefeito de Moscou, Sergei Sobyanin, também informou que um drone direcionado à cidade de Ramenskoye foi abatido, sem provocar danos.
Essas ações ocorrem durante a visita do secretário de Estado americano, Antony Blinken, a Kiev, o que tem aumentado a tensão entre os Estados Unidos e a Rússia. O anúncio desse novo pacote de segurança para a Ucrânia tem gerado revolta por parte dos russos.
As munições de 120 mm fazem parte de um pacote de equipamento militar dos EUA para a Ucrânia, no valor de US$ 175 milhões. Essas munições são destinadas aos tanques M1 Abrams, que serão entregues à Ucrânia ainda este ano. O urânio empobrecido é utilizado para reforçar a blindagem dos tanques por sua densidade e capacidade de perfurar blindagens convencionais.
A Rússia já havia criticado o Reino Unido quando este anunciou o envio de projéteis de urânio empobrecido para a Ucrânia. O presidente russo, Vladimir Putin, chegou a afirmar que as armas tinham um “componente nuclear”, enquanto o Ministério da Defesa britânico negou essa informação e acusou Moscou de espalhar desinformação.
Os Estados Unidos também fornecerão à Ucrânia sistemas antiblindados, sistemas de navegação aérea táticos e munição adicional para mísseis Himars. A embaixada russa em Washington classificou essa decisão como “um indicador de desumanidade” e acusou os EUA de se iludirem ao recusarem aceitar o fracasso da contraofensiva dos militares ucranianos.
A situação na região continua tensa, com relatos de mortes em ataques na cidade de Kostyantynivka, na região oriental de Donetsk, na Ucrânia. O presidente ucraniano, Volodimir Zelenski, culpou Moscou pelo ataque, mas a Rússia ainda não se pronunciou.