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Prefeitura de São Paulo almeja entregar 305 km de ciclovias, uma quantidade abaixo da meta estabelecida.

Após mais de um ano de estagnação no desenvolvimento da infraestrutura cicloviária, a Prefeitura de São Paulo tem como objetivo entregar até o final do próximo ano um total de 305 quilômetros de novas ciclovias. Essa meta representa um aumento de oito vezes em relação ao que foi construído desde o início da gestão e será realizado em metade do tempo. No entanto, mesmo alcançando esse objetivo, a cidade ainda ficará abaixo das expectativas estabelecidas há apenas três anos no Plano Cicloviário municipal.

Os ativistas em prol das bicicletas reclamam que a expansão da infraestrutura cicloviária nos últimos anos foi de baixa qualidade, com faixas desenhadas nas calçadas, larguras menores do que um metro e falta de manutenção adequada. Eles argumentam que essa situação aumenta o risco de acidentes, pois há uma disputa por espaço com os pedestres e as ciclofaixas são estreitas.

De acordo com a administração de Ricardo Nunes (MDB), já foram entregues 23 quilômetros das ciclovias planejadas. Restam, portanto, 277 quilômetros de ciclovias e ciclofaixas, sendo que 53% já estão em construção ou contratados. Alguns desses projetos são fruto de parcerias público-privadas para a construção de moradias populares, enquanto o restante será contratado em breve através de um processo licitatório. A prefeitura também pretende planejar outros 318 quilômetros de ciclovias que poderão ser construídos a partir de 2025, após consulta à população.

Os cicloativistas criticam a abordagem da prefeitura para a construção das ciclovias, afirmando que há falta de cuidado e manutenção adequada. Eles alegam que os projetos são desenvolvidos de forma a não atrapalhar o fluxo de veículos, sem remover espaço das vias destinado aos carros. Um exemplo citado é a construção de uma faixa para bicicletas na calçada da Avenida Tiradentes, no centro da cidade, mesmo havendo sete faixas para veículos e uma para ônibus no mesmo sentido.

O coordenador da implementação do plano, Dawton Gaia, rebate essas críticas, explicando que casos como esse são exceções e ocorrem apenas quando a via é considerada muito perigosa, com o objetivo de proteger os ciclistas. Ele afirma que a prioridade é construir as ciclovias nas vias ou nos canteiros centrais, não nas calçadas.

Caso a meta da gestão de Nunes seja cumprida, a cidade terá aproximadamente mil quilômetros de ciclovias e ciclofaixas até o final do próximo ano. No entanto, o Plano Cicloviário estabelece uma meta ainda mais ambiciosa de 1.350 quilômetros para o próximo ano, o que exigiria a construção de mais do que o dobro da meta atual.

Dawton Gaia atribui o atraso na construção das ciclovias ao fato de que gestões anteriores não cumpriram as metas estabelecidas. Ele ressalta que a intenção é atingir um total de 1.800 quilômetros nos próximos quatro anos e meio.

Essa tentativa de acelerar a construção das ciclovias acontece em um contexto de redução das metas para o transporte público da gestão de Nunes. A prefeitura desistiu de construir quatro terminais de ônibus e dois corredores BRT que estavam planejados há anos. Após essas alterações, o Tribunal de Contas do Município solicitou explicações à prefeitura. Ao mesmo tempo, foram destinados mais recursos para o programa de recapeamento da cidade.

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