
O desastre ultrapassou o incêndio que vitimou 85 pessoas em Paradise, Califórnia, em 2018, se tornando o maior número de vítimas em um incêndio nos Estados Unidos desde 1918. Naquele ano, 453 pessoas morreram em uma tragédia em Minnesota e Wisconsin. Além disso, o episódio em Maui é o pior desastre natural da história do Havaí, superando um tsunami que matou 61 pessoas em 1960. Vale ressaltar que o tsunami ocorreu um ano após o Havaí se tornar um estado dos EUA.
A população local está revoltada com o que considera uma falha no sistema de alertas. Embora o Havaí possua o maior sistema de sirenes de alerta de segurança pública a céu aberto do mundo, nenhum dos 80 equipamentos distribuídos em Maui foi ativado durante a propagação do fogo. Isso foi confirmado pela agência de emergências do estado. O porta-voz do órgão, Adam Weintraub, esclareceu que as sirenes não dariam ordem para evacuação, apenas alertariam os moradores para buscar mais informações. Outros sistemas de alerta, como notificações para celulares, funcionaram normalmente.
Os relatos da população demonstram a falta de preparo para enfrentar a tragédia. Uma senhora de 63 anos, chamada Reed, afirmou que só descobriu sobre o incêndio ao ver o fogo próximo à sua casa. Ela reuniu sua família e seus animais de estimação e atravessou uma linha de fogo para escapar da cidade.
A falha no sistema de alertas também causou revolta nos moradores. A deputada democrata Jill Tokuda criticou a subestimação do perigo e da velocidade do fogo. Segundo ela, não foi aprendida a lição com o furacão Lane em 2018, quando incêndios florestais foram agravados por ventos de força de furacão.
Em resposta, uma investigação sobre o incêndio foi anunciada pela procuradora-geral do estado, Anne Lopez. O governador do Havaí, Josh Green, autorizou uma revisão dos procedimentos. Segundo as autoridades, a tragédia ocorreu devido a uma combinação de fatores, incluindo falhas na comunicação e fortes rajadas de vento de um furacão.
Os moradores começaram a retornar à região afetada na sexta-feira (11), enquanto as autoridades estimam o custo de reconstrução em US$ 5,5 bilhões. Mais de 2.200 estruturas foram danificadas ou destruídas e cerca de 850 hectares de terra foram queimados. O governo disponibilizou 1.000 quartos de hotel para as pessoas que perderam suas casas e está providenciando imóveis para servir de moradia sem custo algum. Mais de 1.400 pessoas estão sendo acolhidas em abrigos de emergência.