
“Todo mundo está falando nisso, os comerciantes estão muito preocupados, não sabem como serão protegidos em caso de violência”, disse ao jornal Le Figaro Thierry Véron, presidente da Federação das Associações de Comerciantes e Artesãos Parisienses (Facap), que reúne 35 associações e cerca de 200 empresas. “Há mais preocupações do que após o primeiro turno das eleições”, diz ele.
O jornal destacou ainda que a própria prefeitura de Paris alertou os comerciantes e sugeriu que eles protegessem suas fachadas. Segundo uma vendedora, ouvida pela publicação, “foram dadas instruções para que todas as lojas da rua com grandes vitrines preparassem barricadas”.
30 mil policiais
Ao todo, 30 mil policiais foram mobilizados em todo o país, sendo cinco mil só em Paris. Mas além destas ruas e avenidas mais conhecidas pelos turistas, outro bairro está sendo observado de perto pelas autoridades. É a região descrita como o “triângulo das manifestações” por Thierry Véron, ou seja, as ruas entre as praças da República, da Bastilha e da Nação, onde acontecem as principais passeatas e greves na capital francesa.
No entanto, até a última sexta-feira, comerciantes do local não haviam recebido quaisquer instruções específicas das autoridades. Vale lembrar que foi lá, na Praça da República, que uma grande manifestação foi realizada no domingo passado, após o primeiro turno das eleições legislativas, para marcar a insatisfação com o resultado positivo alcançado pela extrema direita.
Na ocasião, não houve violência e nem vandalismo. Ainda assim, mesmo sem terem sido alertados, os comerciantes decidiram proteger seus imóveis e produtos.