Lupicínio Rodrigues: O mestre do sofrimento amoroso e das canções de dor de cotovelo, completa 110 anos de seu nascimento.
Recentemente, sua vida e obra foram retratadas no livro “Lupicínio: Uma Biografia Musical”, escrito por Arthur de Faria, compositor e pesquisador musical. O livro revela detalhes sobre a vida de Lupicínio, incluindo sua relação com a música e sua forma peculiar de compor.
Apesar de não saber tocar nenhum instrumento musical, Lupicínio conseguia compor melodias sofisticadas a partir das letras que criava. Frequentemente, ele compunha em bares ou nas ruas, contando com a colaboração de parceiros que tocavam instrumentos harmônicos.
A cidade de Porto Alegre, onde Lupicínio viveu, também desempenha um papel importante no livro, sendo descrita como um cenário efervescente de ópera, concertos e teatro musicado nos anos 1910 e 1920. Alguns lugares que Lupicínio frequentava na cidade ainda persistem, especialmente no bairro da Cidade Baixa.
Outro aspecto interessante abordado no livro é a relação de Lupicínio com Noel Rosa, Mário Reis e Francisco Alves. Lupicínio admirava Mário Reis e Noel Rosa, buscando inspiração em suas composições. Francisco Alves teve um papel crucial em alavancar a carreira de Lupicínio, gravando algumas de suas músicas de sucesso.
A música “Se Acaso Você Chegasse” é mencionada no livro como um marco na carreira de Lupicínio, tendo sido gravada por Ciro Monteiro e posteriormente levando Elza Soares ao sucesso. As diferentes interpretações da música por artistas tão distintos mostram a versatilidade e atemporalidade das composições de Lupicínio.
Assim, a obra de Lupicínio Rodrigues permanece viva e ressoa ainda hoje, emocionando gerações com suas canções de “dor de cotovelo” e sua forma peculiar de expressar os sentimentos amorosos. A biografia escrita por Arthur de Faria contribui para manter viva a memória desse grande compositor brasileiro.