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Análise das coligações e migrações partidárias nas eleições municipais
No cenário político das eleições municipais, as dobradinhas entre partidos do centro e da direita se destacam como as mais comuns nas coligações formadas para as disputas às prefeituras do país nestas eleições. A análise do GPS Partidário da Folha revela que esse padrão se repete nas trocas de legendas feitas por candidatos que participaram do pleito de 2020 e estão concorrendo novamente em 2024.
A métrica utilizada pela reportagem leva em consideração o perfil das coligações e as migrações entre partidos para definir a proximidade ideológica entre as 28 siglas registradas no TSE (Tribunal Superior Eleitoral). Essa análise também considera o perfil de votação na Câmara dos Deputados e a participação em frentes temáticas da Casa, atribuindo um ranking que varia de 1 (máximo à esquerda) a 100 (máximo à direita).
As decisões de migração partidária por parte dos candidatos podem ser influenciadas por diversos fatores, como a busca por mais recursos para a campanha, o peso da legenda e a ideologia da sigla. No geral, as mudanças mais comuns ocorrem entre candidatos da direita e do centro, seguidas por trocas entre partidos do centro e da direita. Já na esquerda, é mais frequente a migração dentro desse campo político, e então com o centro, e por último entre esquerda e direita.
Entre os partidos, as trocas mais frequentes envolvem o União Brasil, fruto da fusão entre DEM e PSL, com migrações mais recorrentes para o PSD, PP, PL e MDB. Por outro lado, as trocas menos frequentes são entre partidos como Novo e PT, PRTB e PSOL, e Novo e PSOL.
No que diz respeito às coligações, que valem apenas para as disputas municipais, são considerados os interesses das siglas em compor alianças em determinado município. A maior coligação destas eleições foi em Betim (MG), com 18 partidos apoiando o candidato do União Brasil. Alianças entre partidos de centro e direita são mais comuns, como o caso da reeleição do prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, que conta com 11 legendas dos dois espectros políticos.
Coligações entre partidos de esquerda com o centro e até mesmo dentro da própria esquerda também foram identificadas, demonstrando a diversidade de alianças presentes nas eleições municipais. Com base nos dados analisados, é possível concluir que as coligações e migrações partidárias desempenham um papel fundamental no cenário político brasileiro durante as eleições municipais.