A “onda Harris” e os desafios dos democratas

A empolgação gerada pela “onda Harris”, com o entusiasmo renovado, a alegria e as adesões recordes de eleitores que antes estavam frustrados e desinteressados, foi palpável. No entanto, os democratas já estão cientes de que o caminho pela frente será bem mais desafiador.

Durante a convenção, as falas de figuras proeminentes como Michelle e Barack Obama, Nancy Pelosi, Bill Clinton e Kamala Harris deixaram claro que a situação não é simples para o partido.

A ferida aberta pela derrota de Hillary Clinton no Colégio Eleitoral, apesar da vitória no voto popular em 2016, ainda dói para os democratas. A euforia das pesquisas e a energia das ruas indicavam uma mudança na sociedade americana, mas a reação conservadora e o ressentimento branco se fizeram presentes.

Além disso, embora historicamente as vitórias nas eleições presidenciais nos Estados Unidos sejam decididas por margens estreitas de votos, com a diferença geralmente concentrada em poucos estados, o equilíbrio de forças entre Harris e Trump ainda persiste.

Ao contrário do esperado, Trump não viu um aumento significativo em sua intenção de voto após o atentado que sofreu, e a narrativa construída em torno disso retratando-o como um herói e vítima dos democratas não teve o impacto desejado.