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Acordo entre Três Poderes garante transparência e eficiência nas emendas ao Orçamento da União em meio a disputa política

Na semana passada, os Três Poderes da República chegaram a um acordo para garantir a transparência, rastreabilidade e eficiência na execução das emendas parlamentares ao Orçamento da União. Essas emendas, que são alterações feitas pelos parlamentares no projeto de Lei Orçamentária Anual (LOA) enviado pela Presidência da República, têm sido alvo de debate e controvérsias pelas disputas políticas que envolvem.

A reunião, que durou cerca de quatro horas, foi organizada de forma emergencial após o ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal, suspender as transferências de praticamente todas as emendas parlamentares ao Orçamento. Essa medida levantou questões sobre a necessidade de maior transparência e controle na destinação desses recursos, que muitas vezes são direcionados para as bases eleitorais dos parlamentares.

Nos últimos anos, o Congresso tem ampliado seu domínio sobre o Orçamento da União, inserindo mais de R$ 49,2 bilhões em emendas na LOA de 2024. Esse aumento significativo em relação a valores de anos anteriores levanta preocupações sobre a eficiência na aplicação desses recursos e a possibilidade de desvios.

A falta de transparência das emendas parlamentares levou o Supremo a proibir o chamado “orçamento secreto”, referente às emendas feitas pelo relator-geral do projeto de LOA, que não permitiam identificar os congressistas responsáveis pela destinação dos recursos. Apesar das restrições impostas, os parlamentares têm utilizado outros tipos de emendas para avançar no controle do orçamento de forma pouco transparente.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem defendido um maior equilíbrio orçamentário e uma maior coordenação na destinação dos recursos das emendas parlamentares, visando uma aplicação mais eficiente no país. Por outro lado, os presidentes da Câmara e do Senado afirmam que a Constituição garante a definição conjunta do Orçamento, em uma colaboração entre o Executivo e o Legislativo.

Com o compromisso anunciado entre os poderes Executivo e Legislativo, espera-se que novas regras sejam implementadas para garantir a transparência, rastreabilidade e eficiência na liberação das emendas parlamentares. A discussão sobre limitar o crescimento dessas emendas em relação aos gastos discricionários também está em pauta.

Em um cenário de constantes debates e tensões, a questão das emendas parlamentares ao Orçamento da União permanece como um ponto sensível no panorama político e orçamentário do país.

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