
Zózimo Bulbul e Fernando Coni Campos no Instituto Moreira Salles
No próximo domingo (25), o Instituto Moreira Salles receberá uma sessão em memória de Zózimo Bulbul e Fernando Coni Campos. Serão exibidos os filmes “Pequena África” (2002), de Bulbul, e “Uma Nega Chamada Tereza” (1973), de Coni Campos. A curadoria do evento é de Gabriel Araújo, jornalista da Folha, e Lorenna Rocha, cofundadores da plataforma online Indeterminações, voltada para a crítica, pesquisa e exibição do cinema negro brasileiro.
A diversidade presente nos cinemas negros é destacada pela escolha dos filmes. O cenário cinematográfico brasileiro sempre foi marcado pela multiplicidade de estilos e abordagens. Desde diretores como Cajado Filho e Odilon Lopez até Adélia Sampaio e Waldir Onofre, há uma variedade de histórias e visões que enriquecem a produção nacional.
A obra de Zózimo Bulbul, especialmente em “Pequena África”, é um testemunho da resistência cultural. Com apenas 14 minutos de duração, o filme transmite uma intensidade que parece expandir o tempo. A mistura de som e imagem cria uma experiência sensorial única, abordando temas afetivos e trágicos presentes na história do povo negro no Brasil.
Já “Uma Nega Chamada Tereza”, de Fernando Coni Campos, apresenta uma visão mais otimista e festiva do país, procurando transmitir uma ideia de Brasil grandioso e inclusivo. Mesmo com uma abordagem mais superficial, o filme não deixa de refletir a realidade social e política da época, apesar das limitações impostas pela censura.
A exibição desses filmes no Instituto Moreira Salles proporciona uma reflexão sobre a diversidade do cinema brasileiro e a importância de resgatar e valorizar a produção de diretores negros. “Pequena África” e “Uma Nega Chamada Tereza” são partes essenciais do nosso patrimônio audiovisual, cada um representando uma faceta distinta e relevante da nossa história cultural.