Polêmica sobre Autenticidade da Obra de Tarsila do Amaral

No decorrer desta segunda-feira, a família de Tarsila do Amaral divulgou uma declaração afirmando que uma tela da pintora, anteriormente considerada falsa, é, de fato, autêntica. Essa revelação gerou uma série de controvérsias no mundo da arte, especialmente após comentários de Jones Bergamin, o marchand responsável pelo leilão da obra “A Caipirinha”, e de Tarsilinha, sobrinha-neta da artista, que ainda colocam em dúvida a legitimidade do quadro.

Em uma entrevista, Bergamin expressou sua descrença na comercialização da obra, alegando que a comunidade artística local está ciente da falta de autenticidade da tela. Segundo ele, a peça poderia ser adquirida por um comprador desavisado, mas não por um colecionador experiente. A OMA e a Tarsila S.A. divulgaram um comunicado conjunto após a veiculação de uma matéria no Jornal Nacional, porém não forneceram detalhes sobre a perícia realizada nem sobre os critérios que levaram o perito a confirmar a autenticidade.

O preço da obra em questão saltou de R$ 16 milhões para incríveis R$ 60 milhões, caso a venda seja concluída. Os herdeiros de Tarsila receberão 5% desse valor, de acordo com o direito de sequência previsto na legislação brasileira. A tela datada de 1925 é associada à fase “Pau-Brasil” da artista, sendo considerada uma das mais valorizadas de sua trajetória.

Apesar da certificação recente, questionamentos sobre a análise pericial persistem. Tarsilinha e outros agentes do mercado de arte não concordam com os métodos utilizados, ainda que reconheçam o conhecimento profundo de Paola Montenegro, sobrinha-bisneta de Tarsila do Amaral, que agora lidera o espólio da artista.

O galerista Thomaz Pacheco, responsável por apresentar a obra, enxerga a autenticação como um legado para o Brasil, ampliando o reconhecimento da principal artista do país. A controvérsia envolvendo a obra de Tarsila do Amaral continua dominando as discussões no universo artístico.

João Perassolo contribuiu nesta reportagem.