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Candidatos midiáticos e outsiders da política: como as redes sociais estão transformando a corrida eleitoral em São Paulo.





Em São Paulo, a gente tem o candidato midiático 1.0, que é o José Luiz Datena pelo PSDB, que vem da televisão, que a mídia também lançou o Trump. Só que o Trump fez a transição. Ele foi lançado pela TV, mas se manteve e expandiu através das redes antissociais. E aqui nós temos o Datena que é 1.0, porque ele não fez essa transição. Ele é um cara exclusivamente da tela da TV. E você tem o Pablo Marçal pelo PRTB, que é um partido inexistente, se lançando pelas redes sociais, exclusivamente pelas redes sociais. É um fenômeno das redes antissociais. Fez a carreira, ficou milionário, às custas dela.

Do outro lado, você tem candidatos que veem esse movimento, se sentem ameaçados por esses outsiders da política, por essas figuras públicas que vêm do entretenimento e começam a querer imitá-los, só que o resultado é uma tragicomédia. Você vê o que o Nunes está fazendo nas redes antissociais é uma coisa vexatória, vergonha alheia, no mínimo. Tem candidato a prefeito que simulou o próprio atropelamento e viralizou nas redes. Supostamente para falar de como funciona o sistema de ambulância na cidade dele, etc. O cara simulou o atropelamento.

Aí você vai desqualificando a política e até quem não é do meio entretenimento acha que tem que ser. Não é, não tem que ser nada. Você tem que se manter defendendo a política como ela é, porque as instituições, por mais falhas que sejam, fazem a democracia funcionar. Imagina se a eleição fosse só entre Datena, Marçal e companhia limitada, não pode dar certo. José Roberto de Toledo, colunista do UOL.

O Análise da Notícia vai ao ar às terças e quartas, às 13h e às 14h30.

Onde assistir: Ao vivo na home UOL, UOL no YouTube e Facebook do UOL.

Veja abaixo o programa na íntegra:


Em São Paulo, a corrida eleitoral está marcada pela presença de candidatos midiáticos e a influência das redes sociais. José Luiz Datena, pelo PSDB, é visto como um candidato 1.0, oriundo da televisão e lançado pela mídia, em um movimento que lembra a ascensão de figuras como Donald Trump. No entanto, Datena não conseguiu fazer a transição para as redes sociais, permanecendo como uma figura exclusivamente da TV. Por outro lado, Pablo Marçal, pelo PRTB, representa um fenômeno das redes sociais, construindo sua carreira e fortuna através da presença online.

A polarização entre candidatos midiáticos e tradicionais também se reflete em atitudes extremas. Alguns postulantes, ameaçados pela ascensão dos “outsiders” políticos, tentam imitá-los de forma caricata, resultando em situações vexatórias. Por exemplo, um candidato simulou seu próprio atropelamento como forma de chamar atenção para questões relacionadas ao sistema de ambulâncias em sua cidade, gerando repercussão nas redes sociais.

Nesse panorama, é fundamental defender a importância da política institucional e não se render a personalidades midiáticas. A democracia depende do funcionamento das instituições e da participação cidadã consciente. José Roberto de Toledo, colunista do UOL, destaca a necessidade de manter a seriedade do processo eleitoral, que não pode se tornar um espetáculo entre figuras midiáticas.

Portanto, o debate eleitoral em São Paulo evidencia os desafios e complexidades da relação entre política, mídia e redes sociais, apontando para a importância de uma abordagem responsável e crítica. Acompanhe o programa “Análise da Notícia” para uma análise aprofundada dessas questões.

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