Aumento de casos de tuberculose no Rio preocupa autoridades de saúde pública e destaca impacto em populações vulneráveis.
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A tuberculose avança no estado do Rio de Janeiro
A tuberculose, doença antiga e tratável, vem se espalhando entre a população fluminense, de acordo com o Painel de Tuberculose, da Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro (SES-RJ). Os registros da doença aumentaram quase 6% de 2022 para 2023, passando de 17.215 para 18.210 casos.
Um dado preocupante é o impacto maior da tuberculose na população de rua e carcerária. Entre os moradores de rua, o aumento foi de mais de 17%, enquanto na população carcerária o aumento foi de mais de 8%. Os detentos têm uma incidência mais de 28 vezes superior à população em geral, com 8.689 casos para cada 100 mil habitantes.
Wanda Guimarães, do Fórum de Tuberculose do Estado do Rio de Janeiro, ressaltou que as penitenciárias funcionam como amplificador da doença, devido às más condições de higiene, circulação de ar e alimentação inadequada.
A Defensoria Pública do Rio de Janeiro atua para controlar a tuberculose entre os presos, enfrentando o desafio de realizar a busca ativa de casos dentro das unidades carcerárias. Alessandra Nascimento, coordenadora de Saúde da Defensoria, destaca a importância desse procedimento para identificar precocemente os casos e evitar a transmissão da doença.
A gerente da tuberculose da SES, Marneili Pereira Martins, afirma que o aumento de casos reflete as ações de busca e diagnóstico de pessoas contaminadas, e que as ações implementadas buscam descentralizar a busca de casos nas comunidades.
Em 2022, o Brasil registrou mais de 103 mil casos de tuberculose, com quase 800 mortes. Globalmente, cerca de 10 milhões de pessoas são infectadas pela doença anualmente.
É fundamental buscar tratamento médico ao apresentar sintomas da tuberculose, seguindo as orientações dos profissionais de saúde. O tratamento pelo SUS é gratuito e tem duração mínima de seis meses. A vacina BCG, disponível no SUS, é uma medida preventiva eficaz para proteger as crianças das formas graves da doença.
Por fim, a conscientização e a prevenção são essenciais para combater o avanço da tuberculose na população do Rio de Janeiro e do Brasil.