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Ex-presidente da ANJL permanece calado em depoimento à CPI das Apostas Esportivas sobre suposto pedido de propina de R$ 35 milhões.




Reportagem da CPI da Manipulação de Jogos e Apostas Esportivas

Na manhã de hoje, ocorreu um depoimento crucial na CPI da Manipulação de Jogos e Apostas Esportivas. O ex-presidente da Associação Nacional de Jogos e Loterias (ANJL), Wesley Cardia, foi convocado a prestar esclarecimentos sobre um suposto pedido de propina relacionado à proteção durante a CPI das Apostas Esportivas da Câmara dos Deputados em 2023. A reunião foi presidida pelo senador Jorge Kajuru (PSB-GO) e teve momentos de tensão.

Durante as perguntas dos senadores, Cardia optou por permanecer em silêncio em diversas ocasiões, especialmente quando questionado sobre o deputado Felipe Carreras (PSB-PE) e o alegado pedido de R$ 35 milhões em propina para favorecer a ANJL na comissão. A recusa em responder gerou um clima de desconfiança entre os presentes.

O vice-presidente da comissão, Eduardo Girão (Novo-CE), explicou que o convite a Cardia foi motivado por uma reportagem da revista Veja que envolvia o ex-assessor especial do Ministério da Fazenda, José Francisco Manssur, e suas preocupações com o suposto pedido de vantagem financeira.

Em depoimento anterior à CPI, Manssur confirmou ter sido abordado por Cardia, porém, não pôde verificar a veracidade das alegações. Cardia também se esquivou de responder sobre outros possíveis pedidos de propina ou ameaças que tenha enfrentado.

Após uma série de negativas por parte do depoente, Girão solicitou que Cardia seja alvo de investigações pela CPI e quebraram-se seus sigilos. Os requerimentos agora aguardam votação pela comissão para prosseguimento.

Além do depoimento de Cardia, a CPI também ouviu Anderson Ibrahim Rocha, representante da Air Golden, empresa ligada ao futebol do Clube Atlético Patrocinense (MG). Rocha negou conhecimento sobre suspeitas de manipulação em uma partida específica em que o clube esteve envolvido e defendeu a gestão da equipe na época do jogo.

Requerimentos Aprovados

Durante a sessão, a CPI aprovou oito requerimentos. Destaque para a convocação de Camila Silva da Motta, envolvida em denúncia criminal relacionada à Operação Penalidade Máxima, que investiga a manipulação de resultados em apostas esportivas em diversos estados do Brasil.

Outro destaque foi o convite para depor o ex-árbitro de futebol Péricles Bassols, membro da equipe do VAR da CBF. Bassols deverá prestar informações sobre lances controversos ocorridos em partidas recentes do Campeonato Brasileiro de Futebol.

Os requerimentos aprovados reforçam a seriedade das investigações em torno da manipulação de apostas esportivas no país, envolvendo diversas esferas e instituições. O desdobramento dessas ações promete trazer à tona questões significativas para o cenário esportivo nacional.


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