Alta do dólar e aumento dos gastos públicos preocupam Banco Central na definição dos próximos passos da política monetária
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Na última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), a decisão foi pela manutenção da Selic em 10,5% ao ano, após um ciclo de sete reduções que ocorreu de agosto de 2023 a maio de 2024. A próxima reunião está agendada para os dias 17 e 18 de setembro. Os membros do colegiado destacaram a necessidade de acompanhamento diligente dos condicionantes da inflação e reafirmaram que não hesitarão em elevar a taxa de juros se julgarem necessário.
O cenário internacional também preocupa, com a menor sincronia nos ciclos de queda dos juros em países avançados e os fluxos de capital globais contribuindo para a volatilidade do mercado. A alta do dólar, que acumulou uma valorização de 15,15% no primeiro semestre de 2024, exerce pressão sobre os preços internos através da importação de produtos e da pressão sobre a dívida externa pública.
A trajetória da Selic nos últimos anos foi marcada por um ciclo de aperto monetário, seguido de um período de cortes na taxa básica de juros, em resposta aos desafios econômicos enfrentados, principalmente durante a pandemia de covid-19. O BC tem como objetivo controlar a inflação medida pelo IPCA e garantir a estabilidade econômica do país.
Diante desse cenário desafiador, a condução da política monetária é fundamental para assegurar a convergência da inflação à meta estabelecida. As expectativas do mercado para a inflação de 2024 e 2025 estão em torno de 4,1% e 4%, respectivamente, enquanto a meta estabelecida pelo Banco Central é de 3%, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. É essencial que a política fiscal esteja alinhada com a política monetária para garantir a estabilidade econômica do país e evitar impactos negativos sobre a inflação e os ativos financeiros.