O presidente Luiz Inácio Lula da Silva inicia visita oficial ao Chile em meio a divergências sobre a Venezuela
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) chegou em Santiago, no Chile, na noite deste domingo (3), para uma visita de Estado ao país, em meio a divergências com o homólogo Gabriel Boric sobre a situação na Venezuela. A viagem, que tem como objetivo celebrar acordos entre os países e intensificar acordos comerciais, deveria ter acontecido em maio, mas foi adiada por causa da tragédia no Rio Grande do Sul. O timing agora coincide com a crise na Venezuela, principal ponto de divergência entre os dois países.
Com o adiamento, foi possível ampliar o número de acordos para quase 20 em setores que vão desde direitos humanos até ciência e tecnologia. Além disso, Lula participará de um encontro realizado pela Apex (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos) que reunirá cerca de 500 empresários brasileiros e chilenos.
O governo brasileiro tem mantido esforços para não ofuscar a agenda positiva com a controvérsia em torno da Venezuela. No entanto, a questão venezuelana é um elefante na sala e será tratada na reunião bilateral entre os presidentes, mesmo que não seja o tema principal.
Na eleição do último dia 8, o ditador Nicolás Maduro se declarou reeleito, num processo contestado pela oposição. O Chile e o Brasil tiveram respostas diferentes a essa situação, com o presidente chileno Gabriel Boric expressando dúvidas sobre os resultados e pedindo total transparência no processo.
O presidente Lula, por sua vez, ao comentar sobre a reeleição de Maduro, afirmou não ver “nada de anormal” no processo eleitoral. Essa declaração gerou repercussão negativa, inclusive entre aliados, e desde então o presidente tem evitado comentar publicamente sobre o assunto.
Lá Fora
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O governo brasileiro busca uma solução diplomática em conjunto com outros países da região, como Colômbia e México, em relação à crise na Venezuela. A expectativa é que o tema surja na conversa entre Lula e Boric, mas sem foco principal. Ambos os líderes sabem que têm posições diferentes sobre a crise e não haverá tentativa de convencimento durante o encontro.
