Funcionários da Fiocruz decidem paralisação por reajuste salarial e mudanças no plano de remuneração em saúde pública.

A principal reivindicação da categoria é a recomposição salarial escalonada ao longo de três anos, com um aumento de 20% em 2024, 20% em 2025 e mais 20% em 2026. Segundo cálculos do sindicato, a defasagem salarial dos servidores da Fiocruz, principalmente os de nível superior e intermediário, chega a 59% e 75%, respectivamente, desde 2010. Este reajuste exigido, se implementado integralmente, terá um impacto anual de R$ 907 milhões na folha salarial da instituição, beneficiando um total de 6.527 servidores, entre ativos e aposentados.
Além das questões relacionadas aos salários, os funcionários também demandam a implementação do Reconhecimento de Resultados de Aprendizagem, um sistema que valoriza as especializações e atualizações dos profissionais, não se limitando apenas a títulos acadêmicos. O sindicato alega que, apesar de um acordo firmado em 2015 para a implantação desse reconhecimento, ele ainda não foi efetivado até o momento.
A paralisação anunciada é uma forma de chamar a atenção para essas questões e pressionar por uma resposta do Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos, que está responsável pelas negociações com a Fiocruz. Em entrevista à imprensa, Paulo Garrido enfatizou a importância do diálogo com o governo e destacou a contribuição da Fiocruz para a saúde e ciência do país. Ele ressaltou a necessidade de valorização dos trabalhadores da instituição, que atuam em momentos cruciais como a atual pandemia.
A assembleia de sexta-feira será crucial para avaliar o desenrolar das negociações e decidir os próximos passos do movimento. O sindicato já cogita uma paralisação progressiva, com a possibilidade de prolongar a greve caso o governo não atenda às demandas dos servidores. Enquanto isso, a Fiocruz informou que a presidência da instituição e uma comissão de diretores têm se reunido com membros do governo desde fevereiro para discutir as questões salariais e de carreiras dos servidores.
Essa paralisação dos funcionários da Fiocruz levanta debates importantes sobre a valorização dos profissionais da saúde e da ciência, especialmente em momentos desafiadores como o que enfrentamos atualmente. A contribuição da instituição para o desenvolvimento de vacinas, produção de medicamentos e realização de estudos científicos é reconhecida dentro e fora do Brasil, tornando essencial o reconhecimento e respeito aos seus trabalhadores. Aguarda-se agora as próximas movimentações e possíveis desdobramentos desse movimento grevista.