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Por Pedro Sales
A direita brasileira dominou as menções à disputa eleitoral na Venezuela nas redes sociais. De acordo com o Instituto Brasileiro de Pesquisa e Análise de Dados (Ibpad), 55% das autoridades brasileiras que se manifestaram sobre o tema são filiadas à direita. O Partido Liberal, do ex-presidente Jair Bolsonaro, foi o mais ativo, com 46% das autoridades associadas ao partido se pronunciando sobre as eleições venezuelanas.
Destacando-se nas postagens, os deputados Osmar Terra (MDB-RS) com 53 publicações, Messias Donato (Republicanos-ES) com 44 postagens e o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) com 40 publicações foram os mais engajados.
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No entanto, a pesquisa apontou um silêncio pronunciado das autoridades de esquerda, com apenas 25 publicações sobre o assunto. Ministros de Estado, bem como o presidente Lula, optaram por não se manifestar durante o período analisado. A gerente de insights do Ibpad, Letícia Medeiros, ressaltou a discrepância na participação nos debates entre os diferentes espectros políticos.
No cenário internacional, a postura do governo brasileiro quanto à reeleição de Nicolás Maduro tem sido neutra. Enquanto outros países aliados de Maduro como China e Rússia já reconheceram sua vitória, o Brasil ainda não se pronunciou oficialmente. Maduro foi diplomado para um novo mandato a partir de janeiro de 2025, mas a oposição e observadores internacionais contestam o resultado, alegando fraudes na votação.
Os protestos de opositores em Caracas aumentaram a pressão sobre a situação. Lula, em entrevista, afirmou que a eleição foi normal e pediu que eventuais contestações sejam resolvidas dentro da legalidade.
Assessor de Assuntos Internacionais do governo brasileiro, Celso Amorim, afirmou que o Brasil só reconhecerá a reeleição de Maduro com a divulgação dos boletins eleitorais. O PT, por sua vez, parabenizou Maduro pela vitória, confiando na Justiça venezuelana para resolver as disputas.
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