Aumento nos casos de distúrbios mentais entre jovens: o impacto da maconha recreativa e das apostas online no Brasil

Recentemente, tem se discutido cada vez mais sobre os impactos da legalização da maconha recreativa e das apostas online no Brasil. Com base em cenários econômicos e tendências de consumo, é possível antever um aumento nos casos de distúrbios mentais, principalmente entre os jovens. A indústria da cannabis movimenta bilhões ao redor do mundo, e o Brasil, com seu grande número de consumidores e condições climáticas favoráveis, pode se tornar um protagonista nesse mercado em crescimento.

Da mesma forma, as apostas online têm conquistado cada vez mais adeptos no país, especialmente entre aqueles em situação financeira desfavorável em busca de uma solução rápida. No entanto, os efeitos dessas práticas podem ser prejudiciais, levando ao comprometimento financeiro e até mesmo a transtornos psicológicos.

Pesquisas recentes têm demonstrado um aumento na frequência de jogos, principalmente entre os jovens, e muitos apostadores chegam a comprometer parte significativa de suas rendas nessas atividades. A busca por lucro fácil pode resultar em consequências graves, como dependência e transtornos mentais.

Os debates sobre a legalização da maconha recreativa e das apostas online têm gerado polarização na sociedade e no Congresso, mas é preciso considerar os potenciais impactos negativos que essas práticas podem trazer. Países que legalizaram o uso da cannabis tiveram aumento nas hospitalizações e tentativas de suicídio relacionadas à droga, sinalizando para a necessidade de regulações mais rígidas.

Diante desse cenário, o Brasil precisa investir em medidas de prevenção e tratamento para os transtornos mentais e a dependência que podem surgir com a expansão da maconha recreativa e das apostas online. A conscientização e a regulação responsável se mostram essenciais para evitar danos irreparáveis à sociedade.

* Jorge Jaber, psiquiatra, membro fundador e associado da International Society of Addiction Medicine, associado da New York Academy Of Sciences, da American Psychiatric Associations – APA e da World Federation Against Drugs – WFAD