Desigualdade de Gênero nos Ministérios em Pauta
Pelo menos 175 países ao redor do mundo apresentam desigualdade de gênero na liderança de seus ministérios, conforme revelou um recente relatório da ONU. De acordo com dados coletados, as mulheres representam apenas 23,3% dos ministros e cargos equivalentes nas esferas governamentais.
O estudo, intitulado “Women Political Leaders 2024” e divulgado em janeiro, analisou a presença feminina entre líderes de Estado, líderes de governo e em ministérios e secretarias equivalentes em 190 países do mundo. A falta de informações sobre locais como Afeganistão, Coreia do Norte e Mianmar deixaram lacunas no levantamento.
Julie Ballington, conselheira de políticas públicas da ONU Mulheres, expressou preocupação com o ritmo lento no crescimento do número de mulheres em posições de liderança política. Ela afirmou que ainda será necessário um longo caminho para alcançar a paridade e igualdade de gênero na política, levando décadas até esse objetivo ser atingido.
Entre os sete países mais desiguais, sem nenhuma ministra, encontram-se Azerbaijão, Hungria, Papua Nova Guiné, Arábia Saudita, Tuvalu, Vanuatu e Iêmen.
As áreas ministeriais da Religião e Transporte são as que possuem menos mulheres em cargos de chefia, com índices de 5% e 7%, respectivamente. Setores como Defesa (12%), Agricultura (13%) e Interior (13%) também refletem baixa representatividade feminina em liderança.
A desigualdade de gênero nas lideranças políticas resulta de diversos fatores, incluindo a falta de espaço e apoio para mulheres na área. O Brasil, classificado em 64º lugar no ranking, possui 29% de mulheres liderando ministérios, mas a ONU Mulheres não comentou especificamente sobre o progresso do país.
Países como Finlândia, Nicarágua e Liechtenstein se destacam por promover a igualdade de gênero em seus ministérios, enquanto 89 nações contam com ministérios da Igualdade de Gênero. Mulheres dominam as pastas sociais em várias regiões do mundo, com destaque para a África subsaariana, a América Latina e a Europa.
De acordo com Ballington, se houver vontade política, a situação poderá melhorar rapidamente. A esperança da ONU Mulheres é que os Estados utilizem seu poder para nomear mais mulheres nas lideranças políticas.
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