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Vídeo psicodélico mostra como psilocibina altera atividade cerebral e promete novos tratamentos para transtornos afetivos






Recentemente, a ciência nos presenteou com uma nova figura que promete se tornar viral nas redes, um vídeo que mostra a atividade cerebral sob a influência da psilocibina, derivado de cogumelos psicodélicos. Produzida por Joshua Siegel, da Universidade de Washington, a animação revela a intensa e caótica pulsão de cores que demonstram a alteração provocada por essa substância no cérebro.

O vídeo destaca a atuação da psilocibina em todo o cérebro, modificando as áreas de comunicação de maneira profunda. Além disso, um estudo publicado na renomada revista Nature mostra que essa alteração na atividade cerebral ainda permanece por semanas, mesmo após o fim dos efeitos do psicodélico.

Os pesquisadores interpretam esses resultados como uma ruptura na chamada Rede de Modo Padrão (RMP), responsável pela introspecção e ruminação de pensamentos negativos, especialmente em casos de depressão. Essa atividade cerebral mais caótica parece abrir novas perspectivas terapêuticas, possibilitando a criação de conexões neuronais diferentes e ideias alternativas.

Os psicodélicos têm despertado grande interesse no campo da psiquiatria e psicoterapia, principalmente no tratamento de transtornos afetivos como a depressão. Alternativas aos medicamentos tradicionais têm sido buscadas, uma vez que cerca de um terço dos pacientes não obtêm bons resultados com os tratamentos convencionais. A psilocibina, atualmente em testes clínicos para depressão, tem atraído grandes expectativas de aprovação nos próximos anos.

Porém, nem todos os tratamentos psicodélicos têm sido recebidos com entusiasmo. O licenciamento do MDMA (conhecido como ecstasy) para transtorno de estresse pós-traumático (TEPT) nos EUA enfrentou obstáculos, com críticas à qualidade dos dados sobre eficácia e segurança da terapia, além de alertas sobre possíveis efeitos adversos, como risco de abuso sexual.

Os debates em torno da terapia com MDMA revelam um cenário polarizado, com críticos levantando questões importantes enquanto defensores buscam promover as promessas terapêuticas destas substâncias. O embate entre diferentes visões políticas e interesses pode comprometer o avanço dessas terapias inovadoras, deixando em cheque a possibilidade de novos tratamentos para transtornos mentais.


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