Marcha das Mulheres Negras em SP denuncia racismo e violência policial em ato contra a governabilidade e pelos direitos das mulheres.
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Durante o ato, um manifesto foi lido por um grupo de mulheres na Praça da República, destacando a negligência vivida pelas vidas negras mesmo sob governos progressistas. O documento ressaltou que as mulheres negras são as principais vítimas de feminicídios e violência policial, clamando por um basta para essa realidade.
Diversos movimentos sociais estiveram presentes na marcha, incluindo a Unidade Popular (UP), o Movimento Negro Unificado (MNU), o Craco Resiste, a Afronte! Juventude Sem Medo e a Marcha das Mulheres Negras de São Paulo. A deputada estadual de São Paulo, Monica Seixas (PSOL), do Movimento Pretas, ressaltou a importância de discutir a conjuntura política e a necessidade de investimento na segurança e bem-estar das mulheres.
Um dos temas central da marcha deste ano foi a luta pelo aborto legal, uma demanda urgente para evitar mortes de mulheres negras em procedimentos clandestinos. Além disso, foi destacado o projeto de Lei 1904/24, em tramitação no Congresso Nacional, que propõe equiparar o aborto acima de 22 semanas de gestação ao homicídio – uma proposta criticada por organizações da sociedade civil.
O evento em São Paulo faz parte do Julho das Pretas, um calendário de atividades organizado pela Articulação de Organizações de Mulheres Negras Brasileiras (AMNB), a Rede de Mulheres Negras do Nordeste e a Rede Fulanas – Negras da Amazônia Brasileira. Essa iniciativa busca promover a discussão e a articulação de um projeto de reparação histórica pelos danos causados pelo colonialismo e escravização dos negros.