O Instituto da Democracia divulgou os resultados de uma pesquisa intitulada “A Cara da Democracia”, que revelou a superposição de algumas agendas entre os eleitores de Lula e os de Jair Bolsonaro. O pesquisador João Féres Júnior, da Uerj, compilou os dados apresentados pelo repórter Bernardo Mello, trazendo à tona informações surpreendentes.
De acordo com a pesquisa, metade dos eleitores de Lula são contrários às saidinhas de cidadãos encarcerados, e 57% são contra a proibição de vendas de armas de fogo. Além disso, a maioria é contra a legalização do aborto. No entanto, no campo de Bolsonaro, esses números são ainda mais robustos, com 83% defendendo a militarização das escolas públicas e 55% apoiando a pena de morte.
Apesar das divergências, a pesquisa revela uma cepa conservadora no eleitorado brasileiro, especialmente em questões relacionadas à segurança pública e aos costumes. Os estereótipos criados em torno dos eleitores de ambos os candidatos se tornam mais complexos à medida que mais dados são analisados.
Por exemplo, mais de 20% dos eleitores de Lula são favoráveis à prisão de mulheres que interrompem a gravidez, à privatização da Petrobras e contrários à punição de militares que participaram do 8 de janeiro. Já do lado de Bolsonaro, a oposição a políticas progressistas, como cotas raciais nas universidades, é ainda mais expressiva.
O resultado das eleições também é analisado à luz desses dados, destacando a importância das escolhas dos candidatos e das estratégias de campanha. A pesquisa ressalta a diversidade de opiniões presentes na sociedade brasileira, mesmo em meio a correntes políticas polarizadas.
Em um cenário onde a agenda progressista é confrontada com visões mais conservadoras, a pesquisa “A Cara da Democracia” nos convida a refletir sobre o cenário político atual e os desafios que se apresentam para a construção de uma sociedade mais justa e igualitária.
