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Investigação da PF avança e Bolsonaro é indiciado por venda ilegal de joias recebidas pelo governo.




Investigação da Polícia Federal avança sobre suspeitas de venda de joias pelo governo brasileiro

Investigação da Polícia Federal avança sobre suspeitas de venda de joias pelo governo brasileiro

A apuração da Polícia Federal sobre as suspeitas de venda de joias recebidas pelo governo brasileiro em benefício de Jair Bolsonaro avançou, contrariando os argumentos do ex-presidente. Bolsonaro sempre alegou ter agido dentro da legalidade, considerando que os presentes eram para ele e não para o acervo público.

A PF identificou pelo menos três contradições nas declarações de Bolsonaro e de outros depoentes, o que fortalece o relatório que aponta evidências da prática de três crimes e pode resultar em condenação.

Bolsonaro, juntamente com outras 11 pessoas, foi indiciado na semana passada por associação criminosa, lavagem de dinheiro e peculato/apropriação de bem público. O ministro do STF, Alexandre de Moraes, retirou o sigilo dos autos e encaminhou para a PGR se pronunciar.

A Procuradoria terá agora a responsabilidade de solicitar mais provas, arquivar o caso ou apresentar uma denúncia ao Supremo Tribunal Federal.

Segundo os documentos da investigação, a PF afirma que Bolsonaro forneceu explicações falsas sobre o armazenamento de joias na residência do ex-piloto Nelson Piquet, além de versões conflitantes sobre um dos relógios recebidos e sobre a retenção de outras joias no Aeroporto de Guarulhos.

Um dos elementos essenciais para a PF é o recebimento de dinheiro de forma fracionada, o que está relacionado ao crime de lavagem de dinheiro. Um colaborador informou que o pai dele entregou US$ 68 mil da venda de joias a Bolsonaro, sempre em espécie para evitar rastreamento bancário.

Em relação a um relógio Patek Philippe, a defesa de Bolsonaro alegou no ano passado que ele não tinha conhecimento da existência do acessório. No entanto, a polícia possui evidências de que o ex-presidente e o colaborador conversaram sobre o presente, com Bolsonaro enviando imagens e certificados do item.

A PF também contesta as declarações de Bolsonaro sobre o armazenamento de parte das joias, indicando que o ex-presidente levou um kit Chopard para os EUA, onde o mesmo foi encaminhado para leilão, mas não arrematado.

Há indícios de que Bolsonaro estava ciente da movimentação para vender um conjunto de joias presenteado pela Arábia Saudita, conforme uma troca de mensagens com um colaborador. A PF encontrou cookies e históricos de navegação que corroboram o acesso de Bolsonaro a um leilão de joias.

Além disso, a polícia descobriu uma “operação clandestina” para recuperar as joias e trazê-las de volta ao Brasil, após uma determinação do TCU para devolução dos presentes presidenciais, cujo valor de mercado soma R$ 6,8 milhões.

Outros elementos apontam para a implicação de Bolsonaro nos documentos da Polícia Federal, como o recebimento de dinheiro em espécie de um empresário enquanto ainda era presidente. Os defensores de Bolsonaro reiteraram a legalidade na gestão dos presentes, enfatizando sua colaboração com a investigação desde o início do processo.


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