
O ex-presidente Jair Bolsonaro foi indiciado pelos crimes de organização criminosa, lavagem de dinheiro e peculato, no caso de negociação das joias recebidas da Arábia Saudita. O inquérito da Polícia Federal concluiu que o ex-presidente acompanhou as transações e recebeu dinheiro pelas vendas. Segundo a investigação, o valor arrecadado foi incorporado ao patrimônio de Bolsonaro.
“Identificou-se, ainda, que os valores obtidos dessas vendas eram convertidos em dinheiro em espécie e ingressavam no patrimônio pessoal do ex-presidente da República, por meio de pessoas interpostas e sem utilizar o sistema bancário formal, com o objetivo de ocultar a origem, localização e propriedade dos valores”, afirma relatório da PF.
No dia 26 de outubro de 2021, agentes da Receita Federal apreenderam, no aeroporto de Guarulhos, um estojo com colar, anel, relógio e um par de brincos de diamante. O kit, avaliado em R$ 5,1 milhões, estava em posse de Marcos André dos Santos Soeiro, assessor do ministro de Minas e Energia Bento Albuquerque.
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Próximos passos
O indiciamento não leva à detenção imediata, entretanto a Procuradoria-Geral da República (PGR) pode pedir ao STF a prisão preventiva dos envolvidos. Caso haja o risco deles prejudicarem as investigações. Após o indiciamento, a PF enviará o relatório ao Supremo.
A PGR será convocada a se pronunciar, então poderá solicitar mais provas, arquivar o inquérito ou seguir com uma denúncia formal no no STF. Se o Supremo aceitar a denúncia, os envolvidos se tornarão réus e responderão ação penal.
Pelas redes sociais, Bolsonaro tentou descredibilizar as apurações da PF. Ele ironizou o fato de os investigadores terem estimado o valor das joias em R$ 25 milhões, inicialmente, e, depois, terem retificado a informação. …