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O Perigo do Sharenting na Internet
O termo sharenting está cada vez mais presente no mundo da internet. Essa prática, que consiste na superexposição de crianças na rede, levanta sérios questionamentos sobre a segurança e privacidade dos pequenos, mesmo antes de eles nascerem.
Imagine sair pela rua com um álbum de fotos da sua família e mostrar para todos que encontrar pelo caminho. Certamente, você não faria isso. No entanto, o sharenting se assemelha a essa exposição exagerada. Muitas vezes, os pais compartilham conteúdos dos filhos na internet sem considerar os riscos envolvidos.
Conversei com a advogada Fabiani Borges, especialista em proteção de dados, sobre os perigos do sharenting. Ela ressalta a falta de consciência dos pais em relação às consequências desse hábito aparentemente inofensivo, que pode ter sérias implicações legais e sociais no futuro.
A exposição excessiva das crianças na internet gera preocupações com o uso indevido e criminoso das informações. O mundo digital, apesar de suas vantagens, também traz consigo ameaças como o cyberbullying, assédio sexual, e a manipulação de imagens por inteligência artificial para fins ilícitos.
A falta de regulamentação e conscientização por parte dos pais sobre o impacto do sharenting na vida das crianças é um ponto crítico. Muitas vezes, os pequenos não têm voz para expressar suas opiniões e são expostos sem consentimento.
Por meio da Lei Geral de Proteção de Dados, busca-se garantir a privacidade e segurança dos menores. No entanto, a realidade mostra que as plataformas digitais não exigem verificação adequada da idade para o uso, o que coloca em risco a integridade das crianças na rede.
A advogada Borges destaca a importância da educação dos pais para compreenderem os danos provocados pelo sharenting. Além disso, leis como o PL 4776, de 2023, proposto na Câmara dos Deputados, visam proteger o direito à privacidade e ao esquecimento dos menores na internet.
O desafio de equilibrar o uso benéfico da internet com a proteção das crianças é urgente. O alerta é claro: os pais devem supervisionar e orientar os filhos no ambiente digital, promovendo segurança e responsabilidade.