Crise de gestão e infraestrutura: Clube Federal no Leblon é acusado de má administração e falta de transparência após 30 anos sem eleições

Crise no Clube Federal: Descaso e Falta de Transparência Preocupam Associados no Alto Leblon

Localizado em uma das áreas mais nobres do Rio, o Clube Federal, fundado em 1964, enfrenta uma grave crise de gestão e infraestrutura que vem preocupando seus associados e moradores do Alto Leblon. Com uma área extensa de 12 mil metros quadrados, o clube localizado na Rua Timóteo da Costa oferece vistas deslumbrantes para o Cristo Redentor, Lagoa Rodrigo de Freitas e Praia do Leblon, mas sua decadência é evidente: estruturas deterioradas, como colunas expostas ao tempo, janelas quebradas e piscinas mal tratadas são apenas alguns sinais visíveis do abandono. A administração do clube, controlada há 30 anos pela família Pinaud, enfrenta acusações sérias de má gestão e falta de transparência.
Desde a eleição de Alexandre Euclydes Pinaud em 1994, não há registro de novas eleições regulares no clube. Em 1998, a legitimidade do processo eleitoral foi contestada judicialmente devido ao uso controverso de procurações, que teriam influenciado o resultado em favor da família Pinaud. Desde então, o clube permanece sob o domínio da mesma liderança, que não prestaria contas claras aos associados sobre as decisões administrativas e financeiras. As informações sobre os conselheiros e diretores não seriam divulgadas aos sócios e contribuintes. Atualmente, o clube é liderado por Karla Pinaud, filha do presidente falecido.
Além da ausência de eleições, o clube enfrenta uma série de problemas estruturais alarmantes. As quadras de tênis, que eram um orgulho do clube, estão em estado deplorável, com iluminação precária e rachaduras nas superfícies de jogo. O restaurante “La Carte”, que já foi um ponto de encontro, está fechado há três anos, enquanto o bar da piscina foi interditado pela Vigilância Sanitária devido às condições precárias de higiene. Os banheiros frequentemente estão sem papel, sabonete e toalhas, deixando os sócios em condições desconfortáveis durante as visitas.
Financeiramente, o clube enfrenta um cenário ainda pior. Com dívidas previdenciárias que ultrapassam meio milhão de reais e débitos trabalhistas próximos a R$ 50.000,00 em FGTS, a situação financeira é crítica. Apesar das mensalidades dos sócios, que chegam a quase R$ 800, destinadas supostamente para melhorias nas instalações, há uma falta de prestação de contas efetiva desde 2021, quando sócios pressionaram a administração por transparência.
Segundo informações exclusivas obtidas pelo DIÁRIO DO RIO, além da contribuição mensal dos sócios, o clube aluga suas quadras para a concessionária Society Show há mais de 20 anos, cobrando valores que podem atingir até R$ 2 mil por hora, já o aluguel para festas particulares não sai por menos de R$ 10 mil, para quatro horas de evento. Sócios relataram que há filas de espera para a realização de eventos no espaço.
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