
Novas regras de ocupação para prédios em bairros de São Paulo
No cenário urbano da cidade de São Paulo, alguns dos bairros mais valorizados estão prestes a passar por mudanças significativas em suas regras de ocupação. A Câmara Municipal aprovou nesta terça-feira (2) 40 emendas à nova Lei de Zoneamento, que pode permitir a construção do maior tipo de prédio possível na capital paulista. Essas modificações ainda aguardam a sanção do prefeito Ricardo Nunes (MDB) para entrarem em vigor.
Entre as alterações, destacam-se as transformações nas áreas de Perdizes, Vila Buarque, Vila Mariana, Jardim Anália Franco e Vila Nova Conceição, que passarão a ter um novo zoneamento, conhecido como ZEU, permitindo a construção de edifícios sem limite de altura. Essas regiões foram identificadas como zonas de eixos estruturais para o desenvolvimento da cidade, próximas ao transporte público.
A revisão da Lei de Zoneamento foi necessária devido a erros no mapa da versão final do projeto, publicado anteriormente pela prefeitura. O presidente da Câmara, Milton Leite (União Brasil), explicou que as correções afetariam cerca de oito quadras, porém, o resultado do processo resultou em mais modificações do que o esperado.
Além das áreas que passaram para a ZEU, houve também progressões para zoneamentos mais permissivos em outras localidades. É o caso da região próxima à avenida das Acácias, na Cidade Jardim, que antes era exclusivamente residencial e agora permite prédios residenciais e empresariais com até 28 metros de altura. Essa alteração foi motivada, em parte, pela classificação do Jockey Club como parque no Plano Diretor de 2023.
Em meio a essas mudanças, o Colégio Madre Cabrini, localizado na Vila Mariana, também terá seu zoneamento modificado, possibilitando a construção de grandes edifícios sem limite de altura. Outras ruas e quadras em diferentes bairros da cidade também estão incluídas nas alterações propostas na nova Lei de Zoneamento.
O relator da revisão do zoneamento, vereador Rodrigo Goulart (PSD), ressaltou que as mudanças visam tornar a legislação urbana mais aplicável. Já a vereadora Luna Zarattini (PT), da oposição, criticou a retomada da revisão da Lei de Zoneamento e a inclusão de diversos projetos urbanísticos na última sessão do semestre, argumentando falta de transparência no processo.
Além das questões relacionadas ao zoneamento, a Câmara aprovou alterações nas regras para a construção de prédios em regiões centrais e zonas oeste e sul da capital, bem como a criação de novos parques, como o parque do Rio Bixiga e do Clube Banespa.