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O Inea aplicou multa de R$ 10,7 milhões à empresa responsável pela poluição por espuma no Rio Guandu.

A empresa Burn Indústria e Comércio, localizada em Queimados, foi multada pelo Instituto Estadual do Ambiente (Inea) em um valor astronômico de R$ 10,7 milhões. A penalidade foi imposta devido ao lançamento de uma substância surfactante, similar a detergente, no rio Guandu. Esse despejo irresponsável resultou na formação de espuma no rio e no fechamento da Estação de Tratamento de Água (ETA) Guandu, deixando cerca de 11 milhões de moradores de 18 cidades sem abastecimento de água nos últimos dias.

Após essa grave ocorrência, a previsão é que o abastecimento de água volte à normalidade na manhã desta quinta-feira, trazendo certo alívio para a população afetada. Entretanto, os impactos causados pelo despejo irresponsável da Burn Indústria e Comércio ainda serão sentidos por um longo período.

No entanto, as autoridades competentes já deixaram claro que o caso não será tratado de forma branda. O vice-governador do Rio de Janeiro e secretário de Meio Ambiente, Thiago Pampolha, prometeu uma punição exemplar para a empresa responsável por este crime ambiental. Segundo Pampolha, todas as medidas cabíveis serão adotadas para garantir que a punição seja adequada e proporcional à gravidade da situação.

A empresa Burn Indústria e Comércio, além de atuar na fabricação de produtos têxteis para uso doméstico, se apresenta como uma empresa de pequeno porte, com apenas 20 funcionários. Em nota, a empresa se defendeu alegando que não existe nenhuma relação entre sua fábrica em Queimados e o lançamento do material químico na bacia do Rio Guandu. A Burn afirmou que opera com tecnologia avançada e de padrão internacional, seguindo os mais rígidos procedimentos de controle, onde o manuseio da matéria-prima é automatizado e feito em um ambiente de circuito fechado, sem qualquer ligação com a rede pluvial.

Segundo a empresa, todas as licenças necessárias para o descarte correto de resíduos estão em dia, com monitoramento e controle constante dos órgãos ambientais responsáveis. A Burn também destacou que sua fábrica está localizada a uma distância de 11 quilômetros do sistema do Guandu e que adota medidas sustentáveis, como o reuso de água da chuva e o uso de iluminação proveniente de fontes renováveis. Além disso, a empresa informou que contratou um laboratório para realizar a coleta e análise da água e está colaborando nas investigações para esclarecer a origem dessa substância surfactante encontrada no rio.

A população atingida por essa calamidade espera que as devidas providências sejam tomadas e que o caso seja tratado com seriedade. É necessário que o Estado do Rio de Janeiro aja com energia para garantir a preservação do meio ambiente e a punição exemplar da empresa responsável por essa agressão à natureza e à população.

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