Servidores federais ambientais entram em greve em 17 estados e no DF após seis meses de negociação paralisada com MGI
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A Associação Nacional dos Servidores da Carreira de Especialista em Meio Ambiente (Ascema Nacional) representou os funcionários públicos vinculados ao Ibama, ICMBio, Ministério do Meio Ambiente, Mudança do Clima e Serviço Florestal Brasileiro. A greve, que teve início em 24 de junho, está prevista para durar por tempo indeterminado, afetando diversas operações e atividades desses órgãos.
Os servidores já estavam com atividades de fiscalização, licenciamento e outras operações de campo suspensas desde janeiro, mas a greve nacional deve agravar ainda mais a situação, afetando também os serviços administrativos. As negociações para reestruturação da carreira iniciaram em outubro do ano passado, porém, as propostas apresentadas pelo governo federal não foram aceitas pela categoria.
Cleberson Zavaski, presidente da Ascema Nacional, destacou que a reivindicação dos servidores não traz impacto orçamentário e não prioriza reajustes salariais, mas sim a reestruturação da carreira e a valorização dos profissionais da área ambiental.
A paralisação dos servidores do Ibama afetou significativamente as operações de fiscalização na proteção da Amazônia, com redução de 80% das atividades. Além disso, o represamento das fiscalizações impacta a importação de veículos, causando atrasos e prejudicando empresas do setor.
A greve também está interferindo no licenciamento ambiental de obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e pode contribuir para o aumento de incêndios florestais, uma vez que as operações de brigadas e combate ao fogo estão comprometidas. A falta de avanços nas negociações levou muitos servidores a entregarem seus cargos de chefia em protesto.