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Projeto de lei Antiaborto por Estupro causa divisões na direita do Congresso
Na última semana, o regime de urgência do projeto de lei Antiaborto por Estupro foi aprovado em uma votação-relâmpago na Câmara dos Deputados, porém, a proposta não é consenso nem mesmo entre representantes da direita no Congresso.
Parlamentares de partidos como União Brasil, Solidariedade, PP e PL, ligados ao ex-presidente Jair Bolsonaro, reconhecem internamente que o texto apresenta problemas e avaliam que a direita perdeu terreno para a esquerda nesse debate delicado.
Para alguns desses parlamentares, o projeto foi mal conduzido e visto como contraproducente, uma vez que poderia contar com o apoio da sociedade, mas ao mesmo tempo trouxe elementos controversos que são criticados até mesmo pelo eleitorado de direita.
O projeto de lei propõe alterações no Código Penal para aumentar a pena daqueles que realizarem abortos quando o feto é considerado viável, presumivelmente após 22 semanas de gestação, equiparando a punição à de homicídio simples.
Em entrevista, o líder do Solidariedade na Câmara, deputado Aureo Ribeiro (RJ), criticou a forma como o tema foi apresentado e afirmou que a direita errou no processo, abrindo brechas para ataques da esquerda.
Uma liderança do centrão, em reserva, mencionou que essa discussão foi prejudicial para a direita e até mesmo para os bolsonaristas. O próprio presidente Bolsonaro adotou uma postura neutra em relação ao projeto, o que foi interpretado por seus aliados como um afastamento da polêmica.
A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro não se pronunciou sobre o projeto nas redes sociais, e há uma expectativa de que o tema seja deixado de lado e não seja votado tão cedo na Câmara.