Em São Paulo, quase 2 mil criadores estão devidamente autorizados a trabalhar com abelhas nativas sem ferrão.
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As abelhas nativas, também conhecidas como abelhas sem ferrão, são responsáveis por até 90% da polinização da flora nativa, dependendo do ecossistema. O Brasil é um dos locais com maior ocorrência dessas abelhas, com cerca de 250 espécies. No Estado de São Paulo, já foram identificadas 54 espécies.
Dionete Gonzalez Meger, diretora do centro de fauna silvestre “ex situ”, da Coordenadoria de Fauna Silvestre (CFS), destaca a importância das abelhas para o equilíbrio dos ambientes onde ocorrem. Elas são fundamentais para a regeneração das matas e, portanto, para a preservação da biodiversidade. Nesse sentido, o cadastramento no sistema da Semil é essencial para conhecer o universo dos criadores e obter dados específicos sobre as abelhas nativas sem ferrão.
Os meliponicultores cadastrados têm autorização para fazer o manejo reprodutivo das abelhas, comercializar produtos relacionados, realizar atividades de educação, serviços de polinização, pesquisa científica e conservação da espécie. A regularização da atividade também permite que novas colônias sejam formadas e introduzidas em áreas de restauração florestal.
Thalita Aguiar, escriturária da Associação em Defesa do rio Paraná, Afluentes e Mata Ciliar (Apoena), já colhe resultados em seu meliponário de abelhas nativas sem ferrão. Ela destaca a importância do cadastramento e avalia que a plataforma facilita o acesso às informações, fortalecendo a comunidade de criação de abelhas.
Alan Trevisan, meliponicultor em Presidente Epitácio, ressalta que a atividade não só estimula a reprodução das abelhas, mas também promove a educação ambiental e conscientização sobre a importância da preservação das abelhas. Segundo ele, é necessário informar e compartilhar conhecimentos para preservar e desenvolver essa prática.
O cadastro dos meliponicultores é autodeclaratório e válido por 10 anos. Os interessados devem acessar o Sistema Integrado de Gestão da Fauna Silvestre (SIGAM) no ícone GeFau e seguir as orientações disponibilizadas no banner “Meliponicultor”. O objetivo é formar uma base de dados abrangente sobre a criação de abelhas nativas sem ferrão, que permitirá a elaboração de políticas públicas específicas no futuro.
Importante ressaltar que, apesar de serem conhecidas como abelhas sem ferrão, as abelhas nativas possuem ferrão atrofiado, que não é utilizado como estratégia de defesa. Elas são normalmente dóceis e não oferecem riscos para os seres humanos. Além disso, as espécies de meliponíneos constroem seus ninhos em diversos locais, como troncos de árvores, cavidades feitas por outros animais, cupinzeiros e até mesmo em estruturas humanas, desde que as condições adequadas sejam proporcionadas.
O cadastro de meliponicultores é uma oportunidade para regulamentar a atividade, promover a preservação das abelhas nativas sem ferrão e garantir a conservação da biodiversidade no Estado de São Paulo. Acesse o link disponibilizado e faça seu cadastro para fazer parte dessa comunidade de criação e preservação das abelhas.