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Relato de uma tragédia: a destruição nas estradas do Rio Grande do Sul
As lembranças passavam em um cenário de destruição. Da infância até a adolescência, costumava viajar todo ano de carro com a família pela BR-290 de Porto Alegre a Bagé, onde meus pais nasceram.
Nesse mesmo trajeto, agora havia centenas de pessoas em barracas com lonas de plástico às margens da estrada e da sociedade. Sem proteção da chuva ou do frio, dependendo de doações para ter o que comer. Vi estradas destruídas, animais mortos e uma improvável rota de barco ao lado.

Em meio à cobertura, o barulho de uma forte chuva me fez acordar de madrugada. Era a trilha sonora do horror para milhares de gaúchos que tiveram as vidas e as casas inundadas. Horas depois, presenciei Porto Alegre alagar.
No bairro Menino Deus, pessoas saíam às pressas dos prédios. Algumas delas, auxiliadas por bombeiros em embarcações. Outras, por conta própria mesmo.
