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Guarda-chuva da ostentação: kits de roupas e acessórios em São Paulo são símbolo de status no mundo do funk







Guarda-chuva como ostentação no mundo do funk

Guarda-chuva como ostentação no mundo do funk

Em São Paulo, a umbrella segue o vestuário dos bailes, chamado de “kit”, ou seja, o conjunto de roupas e acessórios de uma mesma marca. “Eu vou com a umbrella da mesma marca da roupa. Tem gente que não combina, mas eu prefiro”, diz Mateus. Os “kits” são um símbolo de ostentação, cultura marcante no funk, em que usar itens caros é um desejo da maioria (também como forma de mostrar status).

Além disso, reconhecer a umbrella de longe, principalmente versões chamativas, é uma forma de identificar o seu grupo. “Marco com os amigos, falo que tô chegando e já abro logo para eles me acharem pelo guarda-chuva”, conta Mateus.

Mas não é só estética. O movimento dos acessórios faz vento e refresca, em caso de calor. Além disso, usá-los para dançar já é tendência —são as umbrellas “de manobra”, explica Mateus. Inclusive, alguns funks pedem na letra para “balançar o guarda-chuva”.

Tudo começa por uma função prática, útil na vida, como nas raves americanas. Mas não se exclui o lado estético, lembrando que a ostentação está presente na cultura do funk de uma forma geral. O uso dos guarda-chuvas é interessante e é uma característica do funk em São Paulo. Thiago de Souza, do Canal do Thiagson (YouTube) e doutorando em funk na USP

Umbrella é mais famosa que eu’

Mateus deseja uma umbrella de R$ 2,5 mil. “Tô para comprar”, diz. A mais cara que ele tem é um modelo de R$ 1.000, a sua primeira original e que diz ter poucas unidades no Brasil. Pela raridade, o guarda-chuva virou uma atração.


Na cidade de São Paulo, a moda dos bailes funk está cada vez mais ligada ao uso de guarda-chuvas da marca “umbrella”, formando conjuntos de roupas e acessórios, conhecidos como “kits”. Os frequentadores, como Mateus, preferem combinar suas roupas com a mesma marca de guarda-chuva, tornando os “kits” um símbolo de ostentação, característica marcante no universo do funk, onde exibir itens caros representa status.

Além do aspecto estético, os guarda-chuvas “umbrella”, principalmente os modelos chamativos, são utilizados para identificar grupos e amigos em meio à multidão dos bailes. Mateus revela que marca presença entre seus amigos através do guarda-chuva, facilitando a localização e interação no evento.

No entanto, os guarda-chuvas vão além da estética. Eles também são funcionais, oferecendo ventilação e refrescância em dias quentes, e já se tornaram parte das danças nos bailes funk. Mateus comenta sobre as “umbrellas” de manobra, que são utilizadas para dançar conforme o ritmo da música, algumas até citadas nas letras das canções para incentivar o balanço dos acessórios.

O uso dos guarda-chuvas como acessório de ostentação e identificação de grupos tem raízes práticas em eventos como as raves americanas, mas também reflete a cultura de ostentação do funk de forma geral. Thiago de Souza, especialista em funk e doutorando na USP, destaca a importância dos guarda-chuvas como característica marcante do cenário do funk em São Paulo.

Mateus, entusiasta dos guarda-chuvas “umbrella”, revela seu desejo de adquirir um modelo de R$ 2,5 mil, sendo que seu guarda-chuva mais caro atualmente custa R$ 1.000 e é considerado uma raridade no Brasil. A popularidade dos guarda-chuvas de luxo no mundo do funk transformou esses acessórios em verdadeiras atrações nos bailes.

Com isso, a presença marcante das “umbrellas” não só representa um símbolo de ostentação e identidade, mas também demonstra a influência dos elementos visuais e acessórios na cultura e na expressão artística do funk em São Paulo.

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