Programa Dignidade Menstrual distribui absorventes gratuitos a 24 milhões de pessoas no Brasil, combate pobreza menstrual e desafios de acesso.
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De acordo com informações fornecidas pelo ministério à imprensa, até maio deste ano, mais de 1,7 milhão de indivíduos foram beneficiados pelo programa, retirando seus absorventes em estabelecimentos credenciados ao Programa Farmácia Popular. O Dia Internacional da Dignidade Menstrual é uma data reconhecida em mais de 50 países e visa discutir e combater a pobreza menstrual, que impacta significativamente a qualidade de vida de quem menstrua.
O programa governamental recebeu elogios, mas também críticas de organizações como o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), que apontou desafios na garantia de uma menstruação segura no Brasil. A ginecologista Daniela Angerame Yela, membro da Comissão de Ginecologia Endócrina da Febrasgo, concordou com o Unicef, destacando as dificuldades enfrentadas por populações carentes em ter acesso a absorventes higiênicos.
Para a médica, é essencial que sejam realizadas campanhas de conscientização nas escolas, visando atingir meninas e adolescentes, que podem difundir as informações para suas famílias e comunidades. Além disso, ela defendeu a ampliação dos programas públicos de distribuição de absorventes, argumentando que isso não representaria um custo elevado para os governos.
A Central Única das Favelas (Cufa) também se destaca na luta contra a pobreza menstrual, mantendo uma campanha permanente de arrecadação e distribuição de absorventes para mulheres em situação de vulnerabilidade social. A presidente da Cufa Brasil, Kalyne Lima, ressaltou a importância dessas políticas, mas também alertou para a falta de acesso e conhecimento de algumas mulheres em relação aos programas governamentais.
Por sua vez, o presidente da Comissão de Ginecologia Endócrina da Febrasgo, José Maria Soares, enfatizou a necessidade de um trabalho mais efetivo nas escolas para cadastrar as estudantes nos programas de distribuição de absorventes. Ele destacou que a falta de acesso a absorventes pode levar algumas meninas a perderem dias de aula, ressaltando a importância da educação e conscientização sobre a menstruação.
Em resumo, as políticas de combate à pobreza menstrual são vitais para garantir a saúde e o bem-estar das mulheres em todo o país, mas é fundamental superar os desafios de acesso e informação para alcançar um impacto significativo e promover a dignidade menstrual para todas.