Mortalidade materna no Rio de Janeiro praticamente dobra durante pandemia, com destaque para mães pretas, aponta pesquisa da UFF.

Um dado alarmante revelado pela pesquisa é que a taxa de mortalidade materna entre as mães pretas atingiu o patamar de 220 durante o mesmo período, evidenciando a desigualdade racial existente nesse indicador de saúde. A mortalidade materna abrange todo o período gestacional, englobando desde o momento da concepção até os 42 dias após o parto.
O estudo também analisou a tendência da mortalidade materna no estado do Rio de Janeiro no período de 2006 a 2018, constatando que, embora houvesse uma queda nesse indicador ao longo dos anos, a redução era considerada lenta. O objetivo estabelecido pelo Brasil de alcançar uma taxa de mortalidade materna de 30 por 100 mil nascidos vivos até 2030 parecia distante, especialmente diante do impacto da covid-19, que se tornou a principal causa de óbito materno nos anos de 2020 e 2021.
O estudo também revelou a importância do reforço do atendimento à saúde durante a gestação, com ênfase em um pré-natal qualificado e um acompanhamento adequado durante o parto e puerpério. A pesquisadora Sandra Fonseca ressaltou a necessidade de investimento no Sistema Único de Saúde (SUS) para garantir que as mulheres, principalmente as de grupos raciais mais vulneráveis, tenham acesso a um pré-natal de qualidade e realizem todos os exames necessários para identificar e tratar possíveis complicações durante a gestação.
Diante desses resultados preocupantes, é fundamental que medidas efetivas sejam adotadas para reverter o quadro de desigualdade na saúde materna e garantir que todas as mulheres tenham acesso a uma assistência adequada durante a gestação e o parto. O investimento no fortalecimento do SUS e o combate às desigualdades raciais no acesso à saúde são passos essenciais para promover a saúde e o bem-estar das mulheres e das crianças no estado do Rio de Janeiro.